Os Desafios do Desenvolvimento Sustentável

Os desafios do desenvolvimento sustentável

Autor:

Jordi Badia Pascual

jo************@gm***.com

Formação:

  • Arquitetura e urbanismo – UPC
  • Desenvolvimento sustentável – Presidente da UNESCO – UPC
  • Treinador de comunidades ecológicas – Findhorn Foundation – UOC
  • Economia cooperativa – IGOP – UAB

Resumo:

  1. Sobre o conceito de desenvolvimento 2
  2. Sociedades de crescimento interno e bem-estar 3
  3. Evolução e sustentabilidade 4
  4. Confiança e o futuro 6
  5. Desafios sociais 8
  6. Desafios ambientais 13
  7. Previsão e cenários futuros 16
  8. A pegada ecológica e capacidade de transporte 19
  9. Onde a natureza e a cultura se encontram… 22
  10. Propostas para caminhos de desenvolvimento 25
  11. Bibliografia 28

Keywords:

  • Conceito de desenvolvimento
  • Sustentabilidade
  • Prospectivo
  • Pegada ecológica
  • Capacidade de carga
  • Capacidade cognitiva coerente
  • Conceito de desenvolvimento
  • Sustentabilidade
  • Futurologia
  • Pegada ecológica
  • Capacidade de carga
  • Capacidade cognitiva coerente

Resumo:

Com base nas informações atualizadas sobre o estado do mundo, tanto social quanto ambientalmente, e o trabalho de previsão, são propostos caminhos de trabalho para enfrentar o futuro do ecossistema e em solidariedade.

1 – Sobre o conceito de desenvolvimento.

O conceito de desenvolvimento é antropológico, não existe fora da cultura humana e, portanto, difere do conceito de evolução natural.

O desenvolvimento é voluntário, deve existir vontade de se desenvolver. Embora como seres sociais que nós humanos somos, pode que essa vontade só existia em um, ou em uns poucos, dentro do grupo, enquanto o resto do grupo simplesmente segue a inércia das mudanças sem saber, ou sem poder, agir sobre elas.

O desenvolvimento pessoal e o desenvolvimento social são os dois extremos pendulares que se retroalimentam ao longo da história, como uma grande espiral, passando do crescimento da consciência das tribos pré-históricas para o desenvolvimento social das primeiras cidades, ou o desenvolvimento pessoal exemplificado no humanismo renascentista que mais tarde daria origem ao desenvolvimento social das repúblicas e democracias parlamentares.

Esses “degraus” no desenvolvimento que a sociedade vem experimentando: abolir a escravidão, fornecer a escola normal para todas as crianças, etc… correspondem a graus de consciência do coletivo humano: Ou seja, há países onde a pena de morte ainda é “legal”. Podemos entendê-lo como regiões sociais onde o coletivo ainda não amadureceu sua consciência sobre a vida e a morte, sobre o crime e a ignorância, (eles ainda não leram Sócrates…). Mas há muitos países onde esta questão tem sido clara para a grande maioria dos cidadãos. Este é mais um exemplo entre desenvolvimento pessoal e desenvolvimento social, a consciência pessoal eventualmente com o tempo leva à conscientização coletiva.

Além disso, seja qual for o nível de desenvolvimento pessoal em que cada um de nos, individualmente, somos capazes de entender os graus mais baixos, mas dificilmente os superiores, e somente com a vontade de manter a mente aberta somos capazes de confiar na realidade desses níveis mais elevados de consciência. Não estou falando de nada místico ou espiritual (ou é? ). Simplesmente, quantas vezes encontramos atitudes deploráveis sujando a natureza com garrafinhas de água, com bitucas de cigarros ou com galhos quebrados gratuitamente por pessoas como nós, mas incapazes de entender a mensagem de respeito pela natureza que recebemos todo dia na televisão, na imprensa ou na escola.

Em qualquer sociedade achamos todos estes tipos misturados em diferentes proporções, e somente quando uma massa crítica é capaz de se estabelecer como um catalisador que a mudança parece. No entanto, o “desenvolvimento” definido a partir do Ocidente entra em conflito com a harmonia da vida nas tribos tropicais, nas ilhas do Pacífico Sul, no que resta dos nativos americanos… De que serve, então, ter um conceito: “Desenvolvimento”, se ele não é aplicável a todas as formas da espécie humana?

2 – Sociedades de crescimento interno e bem-estar

Nesta fase de “desenvolvimento” estamos em um espaço temporário de crescimento interno, e de revolução social permanente, estamos reformulando a formação da pessoa através do conhecimento holístico de diversos campos do conhecimento, e estamos visualizando a possibilidade de organizar o mundo através da sociedade civil, pessoas do Ocidente praticam esportes na natureza, cuida de sua dieta, saúde integral, corpo e suas capacidades experienciais, aprofunda-se no conhecimento transcendental sob múltiplas formas de meditação, e milita cibernéticamente através do Facebook ou direcionado a algum O.N.G. em países desenvolvidos …

Nos países desenvolvidos, e nas famílias bem estabelecidas dos menos desenvolvidos, as novas gerações são multi-formação com metodologias muito mais complexas do que há apenas 20 anos. As crianças do futuro, além de praticar diversos esportes, múltiplos instrumentos musicais, ou colher várias carreiras universitárias, estarão superconectados com várias línguas através de uma internet acessível em qualquer canto.

Em pouco tempo, mais um grau desse desenvolvimento humano terá sido dado para enfrentar o próximo passo do desenvolvimento social coletivo. Isso obviamente vai acontecer de superar as democracias representativas atuais, distantes, cinzas para não dizer escuro e com profundas lacunas de manipulação da informação.

Mas talvez esse nível de mudança social já esteja começando a ocorrer nas regiões com maior massa crítica de consciência:

Nos últimos anos, houve importantes mudanças na direção política do planeta, países aparentemente competitivos com ideologia de desenvolvimento pessoal como o Brasil ou os Estados Unidos elegeram presidentes socializadores como Luis Ignacio Lula ou Barack Obama, enquanto países estritamente socializados como a China empreendem programas de livre comércio e livre desenvolvimento pessoal.

Nem sei se a causa das guerras e a extrema pobreza dos sem-terra pesou mais, ou se as múltiplas manifestações anti-guerra, anti-OMC, Banco Mundial, etc. Eles estão dando frutos graças a centenas, até milhares, de ativistas sociais engajados na vida cotidiana para visualizar a mudança.

Obviamente, há o risco de que esse nível de desenvolvimento seja desequilibrado entre as diferentes regiões do planeta. Se isso ocorrer apenas nos países ocidentais, nos “espaços de bem-estar” esquecendo a África, a América do Sul, a maioria dos países islâmicos ou o quarto mundo dentro das macrocidades europeias e norte-americanas, estaremos simplesmente aumentando a tensão interna em cada um dos habitantes do mundo e, finalmente, o aumento de conflitos violentos.

Este continua sendo o grande desafio; Um desenvolvimento em setores privilegiados da humanidade não aproximará as pessoas, mas os distanciará. E a sustentabilidade para as gerações futuras continuará a ser questionada. (A menos que os usuários deste termo estejam pensando apenas na sustentabilidade de “algumas” gerações futuras localizadas nas regiões privilegiadas em detrimento das outras gerações futuras nas regiões saqueadas.)

Neste ponto de visualização de possíveis cenários, complementares no desenvolvimento social e pessoal de forma holística, devemos considerar a visão de tudo isso de uma posição ainda mais distante, ainda mais interplanetária. Se o futuro do desenvolvimento humano tem boas expectativas, o que acontece com o resto do ambiente, com espaço não antropogênico, com o meio ambiente, o planeta, a terra, o espaço, a lua…

3 – Evolução e sustentabilidade

O desenvolvimento ainda é o conceito humanizado (eu diria psicótico) de evolução na natureza. Mas isso não segue o mesmo ritmo estressante da humanidade, na verdade não são visões comparáveis, do nosso ponto de vista histórico a natureza é muito sustentável, mas não se desenvolve…

O planeta passou de uma bola incandescente para ter água, atmosfera, para conter vida, e desenvolver múltiplos ecossistemas de acordo com os parâmetros básicos de temperatura e umidade variável entre o dia e a noite, entre o verão e o inverno, entre as proximidades da água ou o deserto …

E, de fato, esta é uma grande evolução talvez possamos até falar de desenvolvimento a partir do momento em que a partir de um acúmulo de minerais e vida energética é produzido e uma variedade de formas ainda não classificadas por nós.

A criação de solo fértil ou processos biológicos para limpeza de água, por exemplo, são marcos importantes nesse desenvolvimento, que é sustentável porque é criado e recriado ciclicamente, e dura ao longo do tempo. Embora não saibamos se há algum lugar da consciência disso, por parte do planeta na forma personificada de Gaia, ou nos diferentes seres vivos que a “parasitam”…

De qualquer forma, os “desenvolvimentos” que a humanidade vem “levantando” ao longo da história nunca e de qualquer forma política foram compatíveis com a evolução do planeta, exceto talvez as tribos da floresta tropical e equatorial da Amazônia, da África Central ou das ilhas da Indonésia.

Para a humanidade, os graus de consciência sobre a escravidão, igualdade, legalidade, fraternidade, ou os outros que podemos descrever foram referidos a si mesmos e somente nos últimos 100 anos começamos a ter consciência coletiva do resto dos seres e do planeta, no início de uma forma pessoal e desde os últimos 30 em alguns grupos, embora ainda muito minoritários.

Não é por acaso que há cada vez mais informações sobre o meio ambiente, estamos acordando para ele, e os escolares de hoje estão reeducando seus pais nesta faceta. A natureza continua sendo a melhor professora sobre os processos de saúde que todos os animais têm preservado inconscientemente melhor do que nós. Além dos ecossistemas, os melhores professores nos processos cíclicos de geração de recursos de forma sustentável.

Entendemos a sustentabilidade como a capacidade de viver nossas vidas de uma forma que não mina as possibilidades para as gerações futuras viverem suas vidas com as mesmas habilidades que atualmente desfrutamos. Estamos implicitamente definindo um padrão de vida para as gerações futuras (todas elas), pelo menos igual à nossa hoje.

No entanto, sabemos, por um lado, que as capacidades de formação intelectual e transmissão intercultural não pararão de aumentar, e ao mesmo tempo que recursos naturais como o comércio de petróleo ou gás natural, ou a área de terra arável têm um limite finito.

A Terra evolui de forma sustentável, a humanidade se desenvolve insustentável.

4 – Confiança e o futuro

A doutrina do desenvolvimento é para a ideologia capitalista, é a capacidade de viver com todo o luxo dos serviços ao seu redor, a boa vida é perpétuo lazer e diversão com mínimo ou nenhum esforço, isso já foi exemplificado no Império Romano, onde as famílias romanas de linhagem tinham pão e circos gratuitos garantidos, mas às custas dos escravos e da desertificação do norte da África no que hoje é o Saara.

Enquanto para as classes sociais com poucos recursos, ou para ideologias socialistas e comunistas, o desenvolvimento significa igualdade social em oportunidades para resolver as necessidades básicas de saúde, alimentação, moradia, educação e segurança.

Mas nenhuma dessas visões de desenvolvimento contempla explicitamente saber onde surgem os bens e recursos que não cobrem as necessidades básicas nem o luxo.

E de fato os ideólogos primeiro se propus a mostrar que são os melhores retoricamente, em vez de analisar seriamente o problema e começar a resolvê-lo, é mais a competição entre ideologias do que o problema da sustentabilidade em si.

Trata-se, portanto, de um desenvolvimento inconsciente, desconhecendo o ciclo natural necessário para gerar as matérias-primas e frutos da terra, e, em última instância, a riqueza do desenvolvimento. Na realidade, ambos os desenvolvimentos decorrem da confiança de que o futuro será melhor do que o presente. Não é que exista uma equação direta para conhecer o futuro, mas é comprovado que a aplicação de educação, tecnologia, segurança entre outros fatores para uma região cultural a próxima geração terá mais facilidades para atender às suas necessidades, tanto básicas para os mais pobres quanto para o luxo para as classes mais altas.

Na verdade, o conceito mental-intelectual de “Desenvolvimento” só aparece na época industrial, -na Idade Média ou na Renascença os processos são tão lentos que a ideia de desenvolvimento ainda não existe, em parte também porque um desenvolvimento independente da evolução natural concedido pelo deus supremo não é admissível- e, portanto, o desenvolvimento parece ser sustentado apenas pelos processos de produção industrial, esquecendo que isso também se baseia na geração de recursos naturais, exatamente o mesmo que os que já existiam na Idade Média ou no Renascimento.

O processo de desenvolvimento das sociedades humanas também foi dotado de um sistema não menos curioso para viabilizar a troca de recursos naturais, bens ou serviços entre as pessoas: o sistema econômico-financeiro, do qual, devo acrescentar, não há um único e universal, uma vez que as regras do valor das coisas no Ocidente são diferentes dos países islâmicos ou das tribos da Amazônia, por exemplo, Em alguns há interesses e em outros não há, em algum dinheiro em si tem um preço e em outros é apenas uma medida, em alguma troca é a base do sistema e em outros os serviços de criação de filhos ou manutenção da família não tem valor…

Basicamente, estou interessado em notar que o sistema econômico deve ser a regra para medir o valor das coisas, produtos, serviços, etc. para que as pessoas possam trocar o fruto de seu trabalho, mas isso não é realmente o caso, uma vez que o valor de um fruto, um mineral para o aço, ou uma hora de trabalho, inexplicavelmente varia ao longo do tempo, varia de acordo com os interesses dos bancos, varia de acordo com o país de origem, varia de acordo com o que uma sociedade insaciável deseja pagar, E se varia, não é mais a regra de nada.

O valor de um produto da terra, como uma fruta, a colheita de arroz, ou as horas de trabalho de um trabalhador poderia facilmente corresponder diretamente ao esforço físico que as pessoas têm empregado na obtenção dela, e ao pagá-la usamos a confiança naquele produtor para pagar em dinheiro o que ele nos pede em troca de seu esforço.

No entanto, quando um comerciante, um distribuidor ou um traficante coloca um preço em uma mercadoria, a confiança não está em seu trabalho pessoal, que é relativamente muito pequeno, mas na confiança no sistema econômico e financeiro que deve equiparar e regular o valor das coisas para se desenvolver de forma equilibrada dentro da sociedade.

Assim, a confiança no produtor direto é fácil de observar e contrasta na convivência, enquanto a confiança no mercado implica muito mais riscos, devido à falta de informação, e aos muitos e muitos exemplos de golpes do próprio centro do mercado.

5 – Desafios sociais

Temos então dois conceitos intelectualmente contraditórios: desenvolvimento, que em princípio não tem limites ou fim, e sustentabilidade, que por definição é estável, tem limites e trabalha com processos cíclicos nesses modelos que conhecemos inseridos na natureza.

Se no primeiro parágrafo nós expusemos a evolução espiral das capacidades individuais e coletivas, aqui eu lembro que a espécie humana também está dividida entre dois extremos de pêndulo entre a abordagem “política” da organização local.

posições proativas , que buscam o desenvolvimento à frente de desconhecidos, que confiam nas pessoas, que entendem que saem dos problemas ativando forças sociais, que veem a “revolução ecológica” e a “consciência ética” da liberdade de ação.

Mas há posições paralelas que preferem a segurança das concepções conhecidas e reativas que propõem a redução do consumo ou o retorno aos sistemas éticos altamente regulados pelo consenso social. Ambas as posições estão à beira da corrente, e ambas são suscetíveis a serem tratadas tanto da “direita” quanto da “esquerda”. E eles se encaixam em possíveis soluções de “desenvolvimento humano e estabilidade do ecossistema que estamos buscando.

Entre todas as listas intermináveis de problemas humanos, alguns terão que ser atacados de posições mais proativas e outros problemas de posições mais reativas. Este é o debate em que muitas questões já foram encontradas. Por exemplo, com discriminação positiva em casos de violência de gênero, ou na alocação de bacas universitários para população negra em países com maioria branca.

Os problemas humanos estão diretamente relacionados com as necessidades humanas:

Materiais e bens para uma vida digna:

  • Alimentos
  • Acesso a água segura.
  • Materiais para a produção de bens de consumo, construção, etc.
  • Acesso a fontes de energia limpa.

Deus o abençoe

  • Acesso a conhecimentos e terapias de higiene e saúde.
  • Esporte e diversão ao ar livre
  • Capacidade de restaurar o equilíbrio psicológico
  • Saneamento da água ao redor.

Segurança

  • Acesso a moradias seguras
  • Acesso à participação nos mecanismos de governança da sociedade
  • Segurança de Desastres
  • Segurança de abuso por organizações ilegais ou indivíduos

Bom ambiente social

  • Acesso à educação, formação cultural e profissional
  • Acesso à comunicação global
  • Igualdade nos direitos e responsabilidades da comunidade humana
  • Capacidade de ajudar ou estar em solidariedade com os outros
  • Capacidade de coesão social e respeito mútuo

E como um compêndio de tudo isso: oportunidade de desenvolver pessoalmente no que se quer, ser e fazer

Passando pela lista que vemos, por um lado, quantos deles estão cobertos em nossas sociedades, embora nem todos ou não no nível que gostaríamos. Mas tenha certeza de que há regiões no planeta onde nenhuma delas está disponível, nem mesmo uma tão simples e básica quanto a comida.

Por outro lado, também podemos observar como a maioria deles tem uma forte dependência dos serviços prestados pelos sistemas biodinâmicos do planeta: materiais, alimentos, água ou energia primária, segurança de desastres, ou mesmo uma educação completa e treinamento, são extraídos ou dependem diretamente dos recursos naturais do ecossistema. e, portanto, grande parte dos desafios para o desenvolvimento humano estão diretamente relacionados com o ambiente natural.

Outra das grandes questões relacionadas ao desenvolvimento do ambiente social é o mecanismo com o qual nos equipamos para valorizar esse desenvolvimento, valorizar os bens que cobrem as necessidades, e os processos de troca entre produção de bens e oferta de necessidades, que é o dinheiro e o sistema econômico-financeiro.

Este é um mecanismo universal, o dinheiro, que usamos para medir processos de desenvolvimento, mas que não nos serve porque está cheio de erros. Para começar, o dinheiro não poderia ser uma regra de medir o valor das coisas ou serviços porque temos dinheiro que varia seu valor dependendo de … o preço que os bancos estão dispostos a pagar, a listagem nas várias bolsas de valores, a insatisfação humana em satisfazer sua sede de consumo e suas necessidades induzidas.

O dinheiro poderia ter um equivalente muito mais eficaz, como sua correspondência no tempo, onde uma hora de trabalho é a mesma para todos, embora pudesse ter valores socialmente acordados de diferentes em relação ao nível de responsabilidade ou qualquer outra referência ética coerente.

No momento, apenas o exemplo das economias islâmicas onde a especulação não é moralmente aceita, a invenção de moedas complementares sem interesse na rede de ecovillagens globais, ou nos sistemas de troca das regiões agrícolas mais isoladas, ou o valor consensual ancestralmente invariável das tribos da selva, pode nos dar pistas sobre o caminho a seguir.

E de qualquer forma para avaliar o desenvolvimento de acordo com a ficção dos números expostos pelos bancos, sobre a rentabilidade do retorno dos juros gerados com ele não se sabe o que o dinheiro de papel inexistente, é uma entelequia absurda, resultado de mentes infantilmente incapazes de não dizer perturbadas.

Como apontamos no início do capítulo anterior, a sustentabilidade refere-se à durabilidade ao longo do tempo e, portanto, de alguma forma, devemos vincular o sistema de medição do valor das coisas a essa durabilidade ao longo do tempo. Talvez este momento em que o sistema bancário tenha demonstrado que sua fundação fraudulenta seria a melhor hora para começar com ele.

Nesta área podemos saudar a existência de uma organização internacionalista universalista como a ONU ou a UNESCO, que poderia desempenhar esse papel de concentrador de políticas globais, embora atualmente os estatutos operacionais sejam sequestrados por alguns países capazes de manipular e sequestrar toda a organização para seus próprios pontos de vista.

Para

Banco de dados de indicadores de Metas de Desenvolvimento do Milênio:

http://millenniumindicators.un.org

E eles são resumidos nos seguintes objetivos:

Objetivo 1. Erradicação da pobreza extrema e da fome

Objetivo 2. Alcançando a educação básica universal

Objetivo 3. Promover a igualdade de gênero e capacitar as mulheres

Objetivo 4. Reduzir a mortalidade abaixo de 5

Gol 5. Melhorando a saúde materna

Objetivo 6. Combate ao HIV/AIDS, malária e outras doenças

Gol 7. Garantir a sustentabilidade ambiental

Gol 8. Fomentar uma parceria global para o desenvolvimento Assim, o trabalho da UNESCO para um desenvolvimento equilibrado da humanidade é elaborado:

Entre os 8 objetivos, apenas um faz referência direta à sustentabilidade e ao meio ambiente, embora muitos deles, referentes à saúde, alimentação, água ou habitação, também estejam ligados ao ecossistema.

Olhando especificamente para o ponto 7, sobre a sustentabilidade vemos em sua quebra que basicamente coincide com os pontos feitos por tantas outras organizações ambientais ou sociais, com isso quero registrar que há de fato um certo consenso sobre os principais problemas, embora tanto para a agenda quanto para o processo de ataque de cada uma delas possa diferir em importância ou urgência.

Gol 7. Garantir a sustentabilidade ambiental

Alvo 9.
Incorporar os princípios do desenvolvimento sustentável nas políticas e programas nacionais e reverter a perda de recursos ambientais

Indicadores
25. Proporção de área coberta por florestas (FAO)
26. Relação entre áreas protegidas para manutenção da biodiversidade e área total (PNUMA-WCMC)
27. Uso de energia (equivalente em quilogramas de petróleo) por US$ 1.000 do Produto Interno Bruto (PIB) (OIE, Banco Mundial)
.28 Emissões per capita de dióxido de carbono (Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, Divisão de Estatísticas das Nações Unidas) e consumo de clorofluorocarbonos que esgotam o ozônio (ODP-toneladas) (Unep-Secretariat da Convenção de Ozônio)
.29 Proporção da população que utiliza combustíveis sólidos (OMS)

Alvo 10.
Pela metade até 2015 a proporção de pessoas sem acesso sustentável à água potável e ao saneamento básico

Indicadores
30. Proporção de população com acesso sustentável a fontes de água melhoradas em áreas urbanas e rurais (UNICEF-OMS)
31. Proporção de população com acesso a melhoria do saneamento, áreas urbanas e rurais (UNICEF-OMS)

Alvo 11.
Melhoraram significativamente a vida de pelo menos 100 milhões de moradores de favelas até 2020

Indicadores
32. Proporção de domicílios com acesso a posse segura (Onu-Habitat)

6 – Desafios ambientais

* Dados do indicador do milênio. http://mdgs.un.org/

A sustentabilidade adjetiva é definida como a capacidade de viver sem minar a capacidade das gerações futuras de viver sob as mesmas condições de hoje. Esse conceito surgiu na esfera intelectual na década de 50 a partir do momento em que uma quantidade tão grande de toxinas foram detectadas no ambiente que dificultam o cumprimento dos ciclos naturais de germinação, floração e frutas, tanto para as plantas, quanto para os animais e os próprios seres humanos.

Contemporâneo com essa nova palavra, o conceito de desenvolvimento ecológico apareceu simultaneamente, mas parece que um desses presidentes americanos, especificamente Richard Nixon acabou vetando o uso do desenvolvimento ecológico nas próprias Nações Unidas, para manter o desenvolvimento sustentável, que como você pode entender não é nada além de um oximoro sempre útil porque não pode ter um significado claro para explicar o ser em si mesmo contraditório.

Se na esfera humana falamos de tipologias complementares e opostas de atitude em relação ao desenvolvimento, proativo ou recessivo, no ambiente natural também temos dois grandes conceitos igualmente opostos e complementares. E isso surge da conceituação ecossistêmica do planeta.

O planeta é um grande ecossistema e falamos sobre a gestão holística de todo, de Gaia, de uma capacidade de centralizar hierarquicamente as regiões e seus ecossistemas correspondentes com suas respectivas sub-regiões e subsistos até o nível local, e de biotope mínimo. Ou estamos propondo que o planeta é esse conjunto harmonioso de um lote diferente de ecossistemas grandes ou pequenos, mas cada um deles com sua “personalidade” e com sua capacidade autônoma de evolução interrelacionada igualmente com outros da mesma escala, capazes de organizar o todo sem que ele realmente existisse organizacionalmente.

Para fazer uma comparação simples estaríamos falando em confiar à ONU o governo do mundo, formalizado no conceito de Gaia. Ou esperar de associações. ONGs e outras entidades emergiram dentro da sociedade civil em suas respectivas regiões e questões especializadas, poderão desenvolver programas de coordenação de alimentação, saúde, educação para todo o planeta, como demonstram no dia a dia da África, onde os governos brilham por seu desgoverno.

Essa globalização na gestão versus regionalização estará ligada tanto à realidade dos ecossistemas e paisagens absolutamente diferentes, muitas vezes coincidindo com as culturas humanas -, bem como com a delimitação dos espaços de poder: estado, região, cidade, bairro…

Assim, o afastamento com o controle tecnopolítico da interação global enfrentará cada vez mais proximidade, gestão de bairros, gestão comunitária da biorregião, interagindo com as regiões circunvizinhas.

Assim como na concepção do futuro proativo ou reativo, aqui encontramos diferentes concepções tecnológicas-sociais de enfrentamento ao ambiente natural.

A globalização super-ecologicamente tecnológica versus a regionalização com a gestão humana da proximidade.

E assim como no espaço humano haverá questões que devem ser abordadas globalmente, como as mudanças climáticas, e vimos isso com o tratado de Quioto, mas alimentos, segurança alimentar ou bom status hídrico, devem ser coletados em espaços correspondentes a seus ecossistemas específicos, bacias hidrográficas, cadeias de montanhas, as grandes planícies…

Objetivos ambientais regionais:

  • Aumento da área florestal e redução da área desértica, aumento do solo fértil.
  • Aumento de áreas protegidas para o aumento da biodiversidade.
  • Manutenção saudável da água em qualquer ecossistema.
  • Produção de materiais, bens de consumo, imóveis e infraestrutura na forma de um ciclo fechado. Reciclagem de materiais e biomateriais degradáveis no ecossistema sem tóxicos ambientais.

Objetivos ambientais globais

  • Eliminação do uso de clorofluorocarbonos e outras claras de camada de ozônio.
  • Redução da geração deCO2, NOx, SOx e partículas de elementos pesados na suspensão.
  • Uso de energia limpa racionalmente.
  • Redução da radiação eletromagnética artificial aos limites naturais.
  • Repensar ético-ecológico o conhecimento e o uso de genomas.
  • Abordagem ético-ecológica do conhecimento em física quântica.

É evidente que tanto os objetivos regionais quanto globais interagem entre si. A diferença crucial será em quem, ou melhor, a partir de qual posição o problema será gerenciado, se a gestão global for imposta pela imposição de critérios uniformes sobre ecossistemas pequenos e delicados, ou se a reunião de montagem das biorregiões será capaz de compreender as interações globais e assumir limitações locais em prol do bem comum.

7 – Previsão e cenários futuros

Desde as previsões espetaculares doMeadows Report1 de 1972, progressos foram feitos de muitas maneiras, especialmente ampla, embora pouco em profundidade.

Trata-se de cruzar os gráficos de evolução das estatísticas de diferentes índices básicos, como população, alimentos per capita, poluição, recursos naturais, produção industrial.

Na evolução desses índices, certos pontos de virada foram inevitavelmente alcançados – crises ou catástrofes sociais – devido ao aumento da poluição e da falta de alimentos, ou ao aumento exponencial da população resultando em uma escassez geral de recursos naturais.

Cenário de continuidade sem controle sobre poluição, produção ou população. Observamos como a poluição dispara e produz o colapso dos recursos naturais e, posteriormente, da população.

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Cenário com políticas de controle da poluição, mas sem controle sobre produção ou população. Observamos que os esforços para controlar a poluição de uma produção e consumo sem limite também são em vão e passam a consumir por si mesmos muito esforço e, finalmente, também produz o colapso dos recursos naturais e posteriormente da população.

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No terceiro cenário, as políticas são aplicadas tanto à poluição quanto a uma produção limpa e ecológica, e o gasto consumista da população está contido, ou seja, um certo tipo de diminuição dos bens de consumo per capita é inscrito. O cenário melhorou significativamente, mas há um ponto de virada e uma crise, uma vez que o planeta continua a manter um número crescente de habitantes. A “diminuição” da poluição e do consumo per capita na multiplicação, acaba crescendo em número total, usuários e consumidores acabam excedendo a capacidade de transporte do planeta.

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No quarto cenário, a população também se estabilizou. Seja pela consciência pessoal ou pela experiência de crises regionais contínuas e pequenas, a população mundial atinge níveis onde as taxas de nascimento e mortalidade são equilibradas.

* Gráficos: Denis Meadows. Os limites do crescimento. Clube de Roma 1972

Já nos anos 70 concluiu-se que não alcançaríamos pontos de colapso ou catástrofe, apenas com uma regularização da população humana juntamente com estratégias de produção limpas e ecologicamente sustentáveis. No entanto, essas recomendações não foram seguidas.

A previsão deixou claro para nós a importância do trabalho interdisciplinar e a complexidade das interações dos ecossistemas em suas diversas escalas planetárias. Mas também serviu para descobrir que existem indicadores-chave comoCO2 ou nitratos depositados no solo que podem, a partir de um nível crítico, causar mudanças irreversíveis e desastres naturais com repercussões incontroláveis.

O caso do CO2, por exemplo, é um desses exemplos que ultrapassou o limite de urgência. Os ciclos geológicos de carbono só afetam muitos anos, mas só vamos parar de queimar petróleo quando ele acabar. Felizmente entramos na fase de esgotamento desse recurso natural, há poucos novos campos para descobrir e os explorados são consumidos rapidamente. Neste caso, acontece que a dose de CO2 descarregada na atmosfera é indigesta para o planeta, mas ainda temos muito petróleo para queimar. Sabendo que tudo isso é um problema agora devido à poluição e em poucos anos devido à tecnologia obsoleta, não estamos investindo recursos suficientes para mudar para novas tecnologias limpas que evitariam a dupla crise de poluição e falta de combustível.

Gráfico de geração deCO2 , devido à combustão de petróleo na maior parte do tempo, onde o pico é apreciado nos próximos anos e a diminuição vem à medida que os campos de petróleo estão esgotados.

* Gráfico: Raphael Hanmbock: Presidente da Associação de Amigos da Natureza (ACAN) da Rede de Ação Climática camaronesa (ANCC) e Aubrey Meyer é Diretor do Global Commons Institute.

Mapeamento de áreas agrícolas com deposição de nitrogênio reativo da atmosfera.

Mapeamento de áreas agrícolas com deposição de nitrogênio reativo da atmosfera.

Neles observamos no plano o cenário futuro devido ao uso atual do agronegócio; Fertilizantes e herbicidas usam química de nitrogênio para interagir com plantas, mas a combustão de óleo também contribui para a dispersão de ácidos nitrogenados.

Se nos anos 90 milhares de hectares nos Países Baixos foram fechados para cultivo devido à contaminação de fertilizantes, este mesmo processo está se desenvolvendo em muitas províncias espanholas começando por Girona e sua alta concentração de fazendas de suínos, e nitritos expandidos nos capos das fazendas. Mas tudo isso provavelmente só se tornará aparente em 50 anos.

Se nos anos 90 milhares de hectares nos Países Baixos foram fechados para cultivo devido à contaminação de fertilizantes, este mesmo processo está se desenvolvendo em muitas províncias espanholas começando por Girona e sua alta concentração de fazendas de suínos, e nitritos expandidos nos capos das fazendas. Mas tudo isso provavelmente só se tornará aparente em 50 anos.

Então as ferramentas para o estudo do desenvolvimento sustentável estão lá, só precisamos saber onde estão os limites que o planeta pode tolerar antes de atingir pontos sem retorno, em relação a solos contaminados, desertificação, aquecimento global, etc…

* Gráficos: www.millenniumassessment.org

8 – A pegada ecológica e a capacidade de transporte

Para o conhecimento dos limites que a Terra pode suportar, no que diz respeito à restituição circular de resíduos de todos os tipos gerados pela civilização humana, elaboramos o conceito de pegada ecológica de um coletivo humano e o conceito de capacidade de transporte que um território pode suportar como regenerador de recursos saqueados dela mais resíduos em descargas.

Para cada tipo de ecossistema, seu nível de capacidade de transporte será diferente, menor para um deserto e muito mais alto para uma floresta tropical.

No caso da pegada ecológica, depende de cada um de nós individualmente o que gastamos valorizado na forma de um recurso natural e isso se transformou na superfície necessária para seu cultivo ou regeneração. Ou seja, não estamos falando de hectares como uma área sem atributos de um país, mas de superfície biologicamente ativa capaz de produzir alimentos ou regenerar CO2 em oxigênio Mas, inevitavelmente, nossa pegada depende do ambiente social em que nossa cultura circundante está localizada, criando hábitos mais ou menos consumistas e mais ou menos sustentáveis.

Pegada ecológica Hec/Hab por pessoa. 2002
ClassificarPaísValor
Aumento da pegada ecológica
1Emirados Árabes Unidos11
2Estados Unidos10
3Gronelândia8
3Bahamas8
5Canadá7
6Kuaite7
7Austrália7
8Finlândia7
9Estônia6
10Nova Zelândia6
20Espanha4,9
Pegada ecológica menor
191Nepal0,6
192República Democrática do Congo0,6
193Zâmbia0,6
194Congo0,6
195Malawi0,6
196Haiti0,6
197Camboja0,5
198Bangladesh0,5
199Somália0,2
200Afeganistão0,1

A razão entre esses dois parâmetros nos dá a sustentabilidade de uma determinada população humana em uma determinada região ecológica.

* Gráficos: www.worldmapper.org

Para sua informação a Espanha se move em torno da posição nº 20 com cerca de 4,9 Hec /Hab em média, ou seja, há cidadãos com pegada muito menor e outros com uma pegada muito maior, certamente todos vocês conhecem os dois casos.

Com esse valor, nos definimos como cidadãos mais desperdiçados do que alemães, russos ou japoneses, enquanto nosso país está à beira da África crescendo a desertificação por passos gigantes.

Também é importante saber que a pegada ecológica global atualmente excede a área arável.

Especificamente, estima-se que desde 1986 a humanidade está consumindo mais a cada ano do que o planeta gera em um ano, ou seja, estamos consumindo mais de uma colheita a cada ano.

Considera-se que em 1986 havia uma proporção de 1,8 hectares de solo fértil e floresta gerida, para sustentar cada um dos habitantes do planeta, mas como essa proporção aumentou e precisamos de mais de 1,8 hectares por cabeça, não há tanta terra fértil disponível, e por isso passamos a consumir recursos não regenerados, Os “estoques” armazenados como óleo, água ou ar.

O pior ainda está por vir porque a taxa de aumento dessa proporção aumenta exponencialmente, de modo que se espera que até o ano de 2150 já estejamos consumindo o dobro do que o planeta é capaz de produzir.

* Gráficos: Elaboração própria. Jordi Badia Pascual

9 – Onde a natureza e a cultura se encontram…

Os desafios urgentes para a sustentabilidade do meu ponto de vista é mudar o “chip” da grande maioria das pessoas para que eles percebam que no planeta vivem igualmente humanos e todos os outros seres de cada um dos vales, rios, montanhas, lagos, mares e ilhas. Uma democratização interespécie!

Não é tão fácil como escrevê-lo. Perceber isso significa parar de realizar cada uma das ações que têm como consequência final a desertificação, intoxicação, radiação ou a alteração do clima planetário. E acontece que há tantas de nossas ações diárias que realmente contribuem para alguns desses flagelos. Utilizando veículos a combustão, utilizando sacos plásticos não biodegradáveis, chamando pelo celular, usando baterias de mercúrio, utilizando produtos que foram fabricados com solventes como “porexpan”, sprays, muitas tintas sintéticas, comer alimentos do agronegócio que usam fertilizantes sintéticos e herbicidas, ou comer carne de animais alimentados com soja transgênica… Todas essas são ações que executamos não uma, mas às vezes várias vezes por dia.

A consciência de que nossas ações têm um impacto no planeta é complexa o suficiente para ter que explicá-lo de novo e de novo, especialmente de grupos ambientais, para toda a população, até que entre em nossas cabeças duras….

Mas muitas vezes a população simplesmente segue os ditames do mercado, do que encontra no supermercado, ou do que a televisão os vende: a lei do conforto. Nesses casos, só é possível resolvê-lo através da legislação. Que restringe o engano contínuo ao qual estamos submetidos, e que exige a responsabilização daqueles que se beneficiaram economicamente de desastres ecológicos, como a poluição de rios e mares por indústria.

Ambas as questões: produção e consumo podem ser reconsideradas, e desenvolver um processo de feedback eficiente e reciclável para começar a falar sobre sustentabilidade, embora seja difícil pensar na reciclagem de corporações -infraestrutura automóvel-petróleo-estrada -, não é impossível, e a tecnologia global pode mudar em alguns anos para um transporte mais racionalizado.

Mas com isso só salvaríamos metade do problema (o problema gerado por cada indivíduo em relação ao ambiente natural), uma vez que a outra metade (o problema da sociedade como um todo e o sistema em que está envolvido) é a necessidade de deslocamento e transporte devido à grande concentração populacional em áreas desertificadas devido ao asfalto e cimento. por causa da superexploração, guerras, falta de água, desmatamento…

Como vimos na seção sobre cenários futuros reduzindo o consumo e regulando a produção e, portanto, a poluição, ainda temos algumas questões pendentes, que não tem nada a ver com o “desenvolvimentismo” da era industrial, mas no próprio processo de evolução da espécie como parasita e predador do planeta.

O sucesso da espécie humana é tal que pode desertar o planeta e, portanto, o grande desafio é a racionalização das áreas urbanas e da densidade populacional para introduzir o campo e a floresta nelas, permitir que o jardim fique próximo à habitação, e, portanto, os campos e pastagens do agronegócio dão lugar à regeneração das florestas e estes alcançam tal vigor. que eles podem reciclar os desertos para as savanas que eram anteriormente.

Mapa dos processos florestais globais.

  • Perda líquida da cobertura florestal
  • Cobertura florestal atual
  • Ganho líquido da massa florestal

* Gráficos: www.millenniumassessment.org

Esses desastres globais, como você verá, são dois lados do mesmo problema: melhores padrões de vida no hemisfério norte geram desmatamento no hemisfério sul. Uma melhor educação no hemisfério norte gera migração e guerras no hemisfério sul…

Mapa do mundo com áreas rurais relacionadas à perda florestal

Mapa do mundo com as áreas dos países relacionados à pegada ecológica

* Gráficos: www.worldmapper.org

10 – Propostas para caminhos de desenvolvimento

Todos os problemas expostos estão na mesa há anos, não são novos, eu descobri algum?

A questão não são os problemas, mas as soluções. Muitos foram propostos e continuam a ser propostos das mais variadas áreas locais ou internacionais. E eles continuam a propor mais, vendo repetidamente o fracasso da penúltima tentativa, mas isso não nos impedirá, obviamente, a humanidade é assim.

No entanto, o “problema no sistema” tem sido gerado através da evolução das civilizações e, portanto, é lógico que leva algumas gerações para resolvê-lo.

Há alguns fatores importantes que deram a mudança definitiva ao curso destrutivo que a humanidade vem praticando:

  • O primeiro é um evento específico que ocorreu em dezembro de 1968, quando pela primeira vez em sua história seres humanos viram a foto de todo o nosso planeta, flutuando, no escuro, azul…. do espaço sideral. Essa imagem marcou um antes e depois: a consciência de que o planeta é um só, de que não há fronteiras, que acima de tudo oceanos, florestas e desertos são vistos. A foto que ele nos mostrou Gaia.
  • O outro fato é, pelo contrário, da vida cotidiana, a pedagogia do conceito de ecossistema, que todos nós entendemos agora, (mas que nossos pais não tinham chegado em seu tempo de formação), e que podemos reconhecer ao nosso redor, e complementa, em nossa escala natural, o que se vê na foto do planeta. Ou seja, a consciência de que estamos envolvidos, somos uma parte natural de algo maior onde todos os outros seres vivos estão.

Esses dois elementos simplesmente não existiam para a maioria de nossos pais e, portanto, somos as primeiras gerações em que nos tornamos conscientes sem sermos capazes de evitar a responsabilidade.

Em resumo, há 4 eixos principais da evolução:

Dois regionais e dois internacionais, dois proativos e dois reativos:


GlobalistaRegionalista

Proativo
Hightech – Biotecnologia – Políticas de Super conexão – Pegada Ecológica – Teoria gaia – Teoria geral de Sistemas – Planejamento Ecológico / Mercado Livre – TransgênicosEcovillagens – Tecnologia Apropriada 3M – Bioregionalismo – Permacultura – Linguagem Padrão – Capacidade Cognitiva Coerente / Endogamia e Arrogância CulturalTeste novas propostas
ReagenteAgenda 21 – Limitando políticas financeiras – Boas Práticas – Carta de Aalborg – Bairros / CorporativismoDegrowth – Slow food – Transition-towns – Lowtech – Desenvolvimento comunitário – Comunidades ético-religiosas / ProtecionismoMelhorando o que temos

“Ideologia” ONU – Alta burocracia da UNESCO“Ideologia” ONGs Sociedade Civil

Certamente nenhum deles será viável de forma pura e contundente sobre os outros, mas certamente acabará sendo uma mistura equilibrada entre as quatro formas possíveis, dado que dependendo da gravidade da crise ambiental teremos que aplicar medidas a curto ou longo prazo. Com políticas mais restritivas ou mais abertas de acordo com os recursos locais disponíveis, tanto capacidades materiais quanto profissionais.

Todos eles também são imperfeitos em si mesmos porque podem cair em sua própria versão para o protecionismo, corporativismo ou a liquidação de regras civis com a desculpa do livre comércio e tudo vai.

Do meu ponto de vista, independentemente da direção em que a humanidade em geral e as diferentes culturas planetárias em particular decidem, devemos reconhecer os limites do planeta, tanto globalmente quanto particularmente em cada um dos recursos naturais que aproveitamos em cada ecossistema diferente.

Devemos repensar os termos conceituais a serem introduzidos nos discursos pedagógicos, nos planos e programas da administração e nos projetos de negócios e infraestrutura.

A partir dos aspectos ambientais e sociais, bem como nos planos físicos e tangíveis como nos intangíveis e conceituais, é necessário convergir em um equilíbrio dinâmico entre quatro vetores que tendem, sem ter muito claro como expressá-lo-


AmbienteSociedade
Físico-TangívelCorrespondência : Pegada Ecológica versus Capacidade de Transporte do território.Criação de espaços holísticos : Cidade-Campo-Floresta-Água

Vitalidade – FertilidadeLiberdade – Biodiversidade
ConceitualCorrespondência : Tecnologia e Ética. Meios e Fins. a Mente e o Ato. Humanidade e Gaia.Limpeza conceitual na linguagem, e nos processos de conhecimento e transmissão da cultura e ética: -Capacidade Cognitiva Coerente-

Identidade – Transcendência – AmorEmpatia – Criatividade – Sabedoria

Para repensar os processos de desenvolvimento das sociedades humanas a partir do mesmo ecossistema terrestre já existem muitas ferramentas pequenas e grandes, locais e globais que estão funcionando ou que foram expostas neste documento:

  • Produção a partir de processos ecossistêmicos. Agricultura biodinâmica, florestas comestíveis, cidade-campo-floresta.
  • Modelagem gestalt de água no planejamento territorial.
  • Design de negócios de permacultura. Efeito ecotone, interface entre dois biotopes ou entre biotope e ecossistema, entre sociedades, ou entre camadas socioculturais.
  • Design a partir de modelos harmoniosos naturais e empatia energética, que colaboram com a saúde individual e em grupo.
  • Repensando os intercâmbios de trabalho – produto/moeda – tempo.
  • Propriedade civil cooperativa do território, para uso e gestão da comunidade.
  • Educação no mundo aqui agora. Transmissão de valores éticos – ecológicos.
  • Repensar a administrativa biorreregional.

O desenvolvimento da espécie humana ocorreu graças à sua capacidade de reflexão e empatia, ou seja, sua capacidade de se conscientizar das coisas, do próprio ser humano, do universo e, consequentemente, das mil questões que surgem uma após a outra em busca de um sentido de vida.

Os processos pelos quais os recursos naturais são transformados em produtos de consumo nas grandes cidades estão tão longe dos cidadãos que simplesmente os ignoram. Essa distância, entre outros, é um dos fatores neurolinguísticos mais simples com os quais o “desenvolvimento” tem sido capaz de evitar a verdadeira contabilidade (ignorância, inconsciência) da produção agrícola, transformando-a na contabilidade fictícia e virtual das bolsas financeiras. E estas: as crises da ficção, nos despertarão para a realidade da contabilidade baseada na energia, no tempo e no espaço.

Jordi Badia Pascual

fevereiro de 2009

11 – Bibliografia

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1 Livro: Denis Meadows. Os limites do crescimento. Clube de Roma 1972

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