Programa de pós-graduação Fundação Politécnica de Catalunya – Cátedra UNESCO
Tecnologia, desenvolvimento sustentável, desequilíbrios e mudança global: Uma análise interdisciplinar do estado do mundo
Jordi Badia
Sabadell, 11 de julho de 1997
Tradução: Curitiba – Agosto 2020
O curso de pós-graduação nos deu uma ampla visão multidisciplinar do estado do mundo. Porém, talvez tenham faltado as visões de alguns pontos de vista menos comuns. Além disso, alguns pontos de vista que foram apresentados pareceram parciais ou tendenciosos, – o que, de certo modo se encaixa na realidade humana das opiniões encontradas e confrontadas. De qualquer modo, é preciso reconhecer: houve um derramamento de dados e mais dados de todos esses mundos parciais, que excedeu a nossa capacidade de retê-los de forma coerente, dificultando com isso a possibilidade de trabalhá-los com certa racionalidade.
Introdução:
Este é o objeto da obra: que tamanho de complexidade somos capazes de assimilar? Até onde podemos conhecer nosso entorno de modo a recriá-lo coerentemente sem destruí-lo? Se estamos estabelecendo critérios de evolução e sustentabilidade – valores para o meio ambiente natural e cultural, do que deve ser a vida para a humanidade, para os seres vivos, para os ecossistemas e para o próprio planeta – como será possível gerenciar tantas informações de forma equilibrada?
Do ponto de vista ecológico e ambientalista, os diagnósticos do estado do mundo e as propostas – 0’7, desenvolvimento sustentável, Agenda 21, Fator 4 – apontam para uma mudança de conceitos, valores e modelos, que são propagados como objetivos prioritários e unidirecionais para um futuro melhor. No entanto, essa mensagem não chega de forma clara nem à população, nem às instituições, e nem mesmo organizando grandes cúpulas mundiais de organizações internacionais como a ONU.
Proponho um tour mostrando as falhas do remetente, do meio, da mensagem e do receptor. E, sobretudo, do ambiente, que em última instância corresponde à cultura atual em que estamos inseridos e da qual queremos “mutar”.
Proponho falar sobre isso tomando como desculpa a cidade, pois é o espaço onde mais informações culturais circulam. É a estrutura física mais poderosa da humanidade, e, ao mesmo tempo, um reflexo das pautas, padrões, meios e objetivos comuns.
Por fim, eu me aventuraria em algumas conclusões sobre a capacidade cognitiva coerente do ser humano. Refiro-me à relação entre a quantidade de informação de que precisamos para viver hoje, a qualidade e a complexidade dessas informações e a capacidade de digerir-las e medita-las coletivamente como cultura. Daí decorre também o potencial de trabalho, estudo e ação de forma transdisciplinar, com uma abordagem abrangente, global e integrada, que devemos alcançar na construção de um espaço comum: A Cidade.
A exposição do problema, por si só, já é bastante complexa. Certamente não é possível enfrentá-lo apenas de forma racional. A filosofia nos diz que não é possível mostrar um sistema a partir de dentro do próprio sistema, pois a linguagem da descrição também faz parte dele, e nada pode ser descrito em si mesmo. É necessário situar-se em um nível superior para ser capaz de observar objetivamente.
Estamos em um momento em que a humanidade está dando um passo qualitativo transcendental, comparável àquele em que o homo tornou-se sapiens sapiens. Foi nesse instante da pré-história, que passamos a nos reconhecer de forma distinta aos outros seres do planeta, tomando consciência do nosso tamanho e de nossas capacidades. Faz poucos anos que estamos começando um processo de reconhecimento da nossa casa: o planeta Terra. Por um lado, porque obtivemos meios de informações capazes de nos mostrar a Terra vista de fora, do espaço, por outro, porque hoje dispomos de meios que nos permitem acessar, quase imediatamente, informações vindas de qualquer parte do planeta (excluindo as informações dos balcões de informação).
Atualmente, nas escolas, explica-se o problema do buraco na camada de ozônio ou as relações de subdesenvolvimento no chamado Terceiro Mundo, e os alunos já começam a adotar modelos globais de raciocínio, para se adequarem às suas próprias experiências locais. Ou seja, ainda há um longo processo de readaptação que os educadores precisarão percorrer para alcançar um corpo próprio de referências e um contexto educacional coerente.
Contudo, não temos escolha a não ser explicar o sistema a partir do próprio sistema. Caso contrário, seremos conduzidos de volta às abordagens “progressistas” dos anos 1950, com metodologias de especialização que só permitem observar os fenômenos de forma isolada e a partir de outra parcialidade.
A capacidade humana de dar esse passo ainda está por vir, e envolve a introdução de conceitos como:
sincronicidade (exposta por C. Jung, e extraída da sabedoria chinesa); a recente teoria do caos, (que mesmo ao nível do léxico, reintroduziu os conceitos de diversidade, anarquia ou aleatório, no sentido positivo); a capacidade de conhecimento intuitivo confiável; os campos morfogenéticos (termo estudado tanto pela filosofia quanto pela para-ciência); a capacidade de consenso (do latim: consensus, termo da sociologia relacionado à consciência coletiva por um lado e ao desenvolvimento social por outro); a capacidade de aprendizado e adaptação contínua, que exige um esforço a mais de desinibição social e pessoal; e em última análise, envolver a determinação de alguns valores mínimos, como a sabedoria, o amor e a liberdade.
No momento, o problema vem se tornando cada vez mais complexo, então eu vou avisá-los de que ao longo da exposição surgirão dois níveis distintos, entre os quais irei alternar de um ao outro sempre que necessário:
O problema em si > < a exposição conceitual do problema
Os seres humanos são o elemento executor mais poderoso que altera a dinâmica natural do planeta. São os únicos seres no mundo capazes de transformar quase inteiramente a superfície da Terra. A humanidade tem sido capaz de todo esse “desenvolvimento” da espécie, graças à capacidade de formar um sistema de relacionamento especial: A Cultura. Esse sistema permite gerar informações artificiais, muitas vezes derivadas a partir de informações naturais, além de funcionar como um sistema auto regenerativo. E dentro das culturas, as linguagens – como define N. Chomsky – são ferramentas, mecanismos e leis, paralelos aos mecanismos naturais, do que chamamos da “física” da relatividade” e “física quântica “.
Realmente percebemos essa característica? Uma verificação rápida:
O conceito de “desenvolvimento sustentável” segundo a Comissão Brundtland ‘ 87
Essa forma de desenvolvimento é aquela que atende às necessidades da geração presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras atenderem às suas próprias necessidades. |
Não Estamos lendo?:
Essa forma de desenvolvimento que atende às necessidades da geração humana presente sem comprometer a capacidade das gerações humanas do futuro atenderem às suas próprias necessidades. |
A concepção antropocêntrica da era moderna no “mundo ocidental” implica esquemas linguísticos – e, portanto, mentais – em que o homem ocidental é o referente inominável (anônimo?), aquele que não precisa ser mencionado porque todos o sobreentendem. É uma posição semelhante à do deus anônimo de algumas religiões?
Até onde percebemos que estamos organizando o discurso humano em termos como:
– Os níveis de CO ² são muito altos. – Devem ser preservadas as florestas tropicais da exploração madeireira indiscriminada. – Algumas reservas de pesca já foram esgotadas. |
Vocês percebem que é realmente necessário expressar-se em outros termos, a fim de integrar o restante da natureza de forma equilibrada?
-Os níveis de CO² resultantes das emissões da sociedade ocidental são extremamente elevados. Essa concentração pode parecer natural em nossa mistura de gases atmosféricos, mas não o é — exceto para os vegetais, que res.piram CO². – Homens e mulheres em todo o planeta devem preservar as florestas das zonas tropicais contra a exploração madeireira indiscriminada que estamos praticando. – Várias espécies de peixes que integravam ecossistemas marinhos foram exploradas por humanos que vivem nos países que chamamos de primeiro mundo, e essas reservas naturais acabaram esgotadas após serem transformadas em capital pesqueiro. |
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Até agora, falamos sobre destruição e exploração mal compreendida ou mal gerenciada, sob a perspectiva do indivíduo humano ocidental. Mas essas ações foram realizadas apenas para sobreviver? Ou foram motivadas por algum preceito que prometia melhorar o homem, seja pessoal ou coletivamente? Na verdade, toda essa espoliação ocorre em nome do chamado progresso ocidental. A partir da análise econômico-política de C. Marx é possível fazer uma reflexão de que o capitalismo funciona como uma ferramenta simultaneamente destrutiva e progressista. Mais ainda, ele nos convida a buscar um sistema dialético capaz de considerar o positivo e o negativo, para então agir em consequência.
Até recentemente, o homem ocidental considerava-se subjugado pela natureza, exposto a ela e sofrendo de insegurança. Para resolvê-lo, inventou um complexo sistema sociocultural que tem seu mais alto nível de representação na cidade.
Mas como sabemos, existem culturas que não se consideram ameaçadas pela natureza. No oposto polar desta reflexão intelectual marxista, temos o exemplo vitalista dos povos do interior da Amazônia, que não praticam essa dinâmica, nem da espoliação nem do progresso.
E em outro sentido, hoje, tanto os “sucessos” alcançados na frente da natureza, como uma educação de reencontro com o ambiente natural, faz com que esse medo à floresta desapareça dos parâmetros Ocidentais.
Existe uma via intermediária? É necessário escolher uma rota intermediária? Com tudo, queremos escolher nosso caminho?
0- O Planejamento
A mais poderosa das criações físicas humanas é a cidade, pois é o ecossistema que ela cria para o apoio estrutural de sua vida social. É também a criação mais poderosa de várias maneiras: é a mais complexa entre todas; é a que mais utiliza energia-matéria em sua construção; é a que envolve o maior número de subsetores socioculturais e de produção inter-relacionados; é a que consome mais matéria-energia para sua manutenção; e assim por diante.
Na verdade é tão complexa que, atualmente, não existe nenhuma entidade capaz de concebê-la ou percebê-la em sua plenitude operacional, e poderíamos até questionar se há alguma capaz de idear ou planejar sua estrutura básica. Desde então, e ainda hoje, a cidade é compreendida em partes, por áreas ou por zoneamento, e os resultados desse tipo de análise e planejamento, são exatamente ao que encontramos ao percorrer suas ruas.
I. História
A cidade, originalmente aldeia, surge paralelamente ao assentamento agrícola. A história, entendida a partir da óptica dos grandes degraus evolutivos que transformam rapidamente sociedades humanas, distingue claramente a revolução agrícola e, seis mil anos depois, a revolução Industrial, enquanto a função da cidade como um fio evolutivo contínuo, é desprezada.
Essa visão em degraus, contou a história do sistema produtivo, mas não do sistema de consumo.
Por outro lado, as teses historiograficas mais difundidas nos explicam o mundo de uma perspectiva da história sempre imersa no capitalismo, entendendo que o sistema humano global sempre funcionou por esse método e, portanto, prioriza a análise do consumo em vez da produção.
Além disso, a partir das teses dos ecologistas, propõe-se uma nova etapa de análise ainda mais integral, realizada por meio de auditorias ambientais. Independentemente de onde sejam produzidos os elementos destinados ao consumo social (alimentos vegetais, fábrica, robótica, informação ou arte), todos são consumidos na cidade e nela se transformam em lixo. Eles se concentram neste espaço denso que proporciona o máximo benefício na distribuição.
Deve-se notar que essa concentração começou desde a implantação dos sistemas agrícolas, com a concentração da produção de alimentos em vez de colheita (colheita no sentido caçador-coletor). Ao longo da história, a concentração justificou a existência da cidade, enquanto a cidade desconcentrada, equivalente à população dispersa, caracterizou-se por pouca coesão. Na verdade, essa lógica, não é totalmente negativa do ponto de vista da eficiência da distribuição equitativa, mas, ao ser desvinculada de qualquer limitação histórica, encontramos núcleos tão densos (como buracos negros), que estão entrando em colapso em seu próprio interior.
Este fato – a concentração – gerou, desde os primeiros assentamentos, o “excedente” e, com ele, o tempo livre para outras funções e diferentes formas de atividade além da agricultura, como o artesanato-tecnologia, ou como a organização (geralmente hierarquização) de funções individuais dentro da comunidade, bem como o controle de toda essa operação.
Até o século XVII, antes da aplicação tecnológica de energia mecânica aos modos de transporte, a cidade viveu de forma autossuficiente, sustentando-se com os produtos agrícolas e tecno-artesanais da região próxima, e, havia também o acesso, a alguns mercados exóticos nas grandes regiões geofísicas, como o Mediterrâneo e seus arredores – basta lembrar das cidades-Estado do norte da Itália do século XV.
É a partir do uso do vapor, dos combustíveis e, mais tarde, da eletricidade, que a capacidade da cidade de garantir seu abastecimento se diversifica e, ao mesmo tempo, em que o controle é delegado nas mãos dos sistemas imperial-coloniais, lembrando-nos que a força bruta dos militares desempenhava aí um papel central.
Essa separação-identificação do poder central e das necessidades locais, esteve presente em toda a história em diferentes graus e formas, desde cidades-Império como Roma, até cidades-estado como Veneza, passando por todo um espectro intermediário de capitais imperiais, como Toledo ou Londres, e cidades de controle de fluxos, como Sevilha do século XV ou Nova York no início do século XX, etc.
Seria um interessante trabalho de pesquisa realizar um estudo da história da relação energia-cidade, para verificar como a cidade sempre foi o controlador dos grandes pacotes de energia de um país: desde a formação de impérios a partir de cidades localizadas nos deltas dos rios, até a absorção das energias naturais geradas pelas cachoeiras nas montanhas, ou nas bacias de mineração, anulando a prosperidade dos núcleos alternativos da população, que acabaram sendo reduzidos a colônias febris ao longo do extenso território europeu.
Hoje, quando o mercado internacional permite a todas as cidades do mundo desenvolvido, formando áreas metropolitanas que abrangem grande parte da Europa, a costa oeste norte-americana ou a costa leste, garantam seus suprimentos provenientes de qualquer parte do planeta, ocorre que na outra extremidade se torna cada vez mais evidente a necessidade de aproximar o governo da própria cidade, para que esta possa controlar e gerenciar as soluções de suas demandas. Neste sentido, todo governo democrático está delegando competências para mais órgãos locais, promovendo empreendedorismo social, cooperativas, e parcerias público-privadas, trazendo a gestão da administração para mais perto do cidadão e, propondo programas de participação cidadã com o objetivo de envolver os vizinhos à administração da cidade, buscando reverter essa longa dinâmica histórica que vem separando o cidadão da Cidade.
II. Identificação
A função bio-social da cidade é frequentemente abordada como o espaço em que a comunidade resolve as necessidades da humanidade, como a proteção das inclemências climáticas e da coletivização de funções especializadas para o melhor desempenho do grupo. O provérbio alemão diz: “O ar da cidade me liberta”. Um ideal que incentiva o nascimento, crescimento e manutenção da cidade. Neste momento, essa dinâmica tem se tornado extremamente complexa com o objetivo de prevenir qualquer risco geofísico, climatológico, fornecimento de alimentos, água, energia, higiene sanitária, criação industrial ou intelectual, etc. Mas na medida que o mundo vem completando suas relações multinacionais, também vai concluído as relações multi-cidadãs, e torna-se menos evidente o acostamento da cidade à sua região natural. Este estado leva aos cidadãos da grande cidade para situações extremas de amor e ódio, pois ao mesmo tempo em que estão renegando a cidade nos fins de semana, formando longas multidões de saída e entrada nas estradas de pedágio, também abençoam enlouquecidamente os eventos de representação internacional a que seus líderes se comprometem. O ato de fugir da cidade durante o tempo livre, é ao mesmo tempo a busca pela liberdade perdida na cidade, e a descarga do estresse gerado pelo ritmo da sociedade urbana, e mais, também significa novas formas de urbanização em casas, espalhando a urbanidade por todo o território de forma dispersa, inclusive invadindo reservas naturais.
Atualmente, há apenas a identificação de uma oferta cultural e de lazer no centro urbano. A residência nos bairros suburbanos, ou o trabalho nos distritos industriais, também fora da cidade, dissolveram o conceito da cidade humana. A cultura que encontramos na cidade não é mais uma cultura perdurável mas de usar e jogar-no-lixo, os “sucessos” de música da rádio e das baladas, os “most sellers”, as novelas repetitivas, os eventos anuais da cultura institucional, ou roupas de marca. Mas todos nós devemos ser gratos por ter tantas oportunidades, e de fato é compensado com a verdadeira oferta cultural de bibliotecas e universidades, muito mais abundantes do que no espaço rural, por uma questão de marketing. Sabemos que a cultura que chega às aldeias é principalmente a telenovela. Será que esse fator negativo explica por que as pessoas estão ficando nas cidades ao invés de povoar de forma equilibrada as regiões rurais? E uma pergunta sarcástica mas que explica sinteticamente muitos outros porquês, do porque a juventude vai para a cidade.
Em relação ao próprio espaço da cidade, a complexidade do movimento e do deslocamento dentro destes centros, tem ficado difícil em sua forma, o que torna igualmente difícil adquirir um conhecimento deste espaço e de sua representação cartográfica mental, e, em última análise, provoca a impossibilidade da identificação espacial e pessoal por parte de seus cidadãos.
O cidadão que mora na cidade, tem em mente os locais de necessidade: a loja, o trabalho, a escola das crianças, o centro histórico, o centro comercial, o shopping no entroncamento rodoviário para passar a sexta-feira à tarde comprando, etc, mas é incapaz de se envolver em uma melhoria conjunta no bairro através da Associação de Vizinhos. Ele não conhece seus vizinhos nem para competir com o carro, a antena de TV satélite, ou o wi-fi.
III. Relacionamento
Estão envolvidos tantos agentes na formação e manutenção da cidade que atualmente excedem em medida o conceito tradicional da cidade: As “Big Trust Corporations” são organizações para manter da vida na cidade: Carrefour – Big – Pão de açúcar, – Nestle – Novartis – as farmacêuticas, e tantos outros. Mas ao mesmo tempo, excede o imaginável por um humano, a quantidade de inter-relações entre pequenos agentes como: as múltiplas redes de abastecimento, processos industriais e de serviços locais de todos os tipos, treinamento e técnico-inteletual, os diferentes estilos de subculturas, e a própria administração da cidade…
O grau de relacionamento dos indivíduos na cidade é uma faca de dois gumes que aceitamos. Na cidade podemos encontrar o grupo de relacionamento “ideal”, pois a multiplicidade de opções possibilita que mais de um indivíduo se encontre e colabore em projetos comuns, ou seja, o associativismo em estado puro. Mas também a aglomeração na rua, causa a sensação de solidão, ao estarmos cercados pelos mesmos que ignoram nossa presença. Esta situação é comum ao se mover na cidade, e nunca há um grupo tão coeso que se adapte a todas as circunstâncias individuais, de modo que a Cidade separou definitivamente os serviços comuns para cada indivíduo, e a burocracia impôs seus horários, “resolvendo” as necessidades de cada cidadão individualmente.
As cidades são “pequenos” ecossistemas criados pelas comunidades humanas, e a cidade que é construída, por efeito ou por padrão, é a forma física do não-programa civico-político da comunidade que o habita.
Atualmente, a cidade excede a quantidade de informações que um humano pode assimilar. As metodologias de ação convencional são concebidas a partir do viés, incapaz de agir em um ecossistema holístico. O cidadão fica sobrecarregado pela inundação de conhecimentos necessários para agir em seu entorno imediato, e para além disso, ficando cada vez mais longe (no espaço-tempo e conceito) para decidir sobre temas de outras partes da mesma cidade.
Existe um tamanho de informação para manter a coerência cultural?
Existe um tamanho de cidade capaz de se integrar no ecossistema bio-regional?
Em qualquer caso, alcançar um estado coerente é tão delicado e ajustado, que raramente encontramos cidades ou povos, que tiveram sucesso.
Cidades ocidentais, e agora já grandes megalópoles no terceiro mundo, ignoram cada dia mais essa complementaridade regional e se impõem como uma forma totalmente além do resto da natureza, em um mundo não complementar.
Se fizermos os cálculos, e agora já existem estudos sérios sobre isso, o mundo artificial das cidades pós-modernas requer mais ambiente natural, mais superfície e mais energia do que está disponível em todo planeta.
Mas também é a complexidade do mundo cultural que dificulta compreendeer as causas de seus efeitos. Parece que quase tudo funciona segundo uma espécie de inércia dos velhos planos sobrepostos, assíncronos e vazios de sentido, pois não conseguimos entender como podemos dar continuidade recriando um mundo em que existem inúmeras consequências cujas causas desconhecemos, e quando conseguimos identificá-las, não podemos alterá-las.
Neste chamado primeiro mundo, esquecemos que é o primeiro e único: o mundo é o planeta. Este desenvolvimento amorfo e não natural foi causado exclusivamente pela humanidade, tanto em suas relações mentais e internas (sociologia) quanto nas relações físicas e externas (ecologia). Esse esquecimento histórico tem causas diferentes, que podem parecer isoladas, pequenas e desconexas, mas se ampliou à medida que a civilização urbana evoluiu, atingindo níveis quase irracionais com a máxima do controle absoluto da natureza. Isso nos levou a entender os fenômenos separadamente, enquanto os estudos especializados e segregados, segundo o padrão científico moderno, tratam de conceitos que precisamos reunir novamente. Precisamos compreender o mundo – o único mundo – como um corpo global, com sistemas totalmente integrados em operação.
NATUREZA
NATIVO
Espaço Virgem
Eco – Sistema
Comportamento biofísico-eletromagnético-quaqntico
Mapa físico
CULTURA
CULTIVO
Espaço Urbano
Polis – Sistema
Comportamento sociopolítico
Mapa político
Diagrama do estudo
Realidade – o Tangível | Mapa – o Intangível | |||
Dados Matéria-Energia Informação conferida | Problemas Necessidades Relações-Meios Objetivos | Ideologias e Tendências A transmissão do Cultura | Diagnóstico do estado Atual Planejamento, Ações e Progresso e crescimento | Modelos Alternativos Novos fluxos, novas inércias |
1 Contabilidade: Dados
É necessário fazer um grande esforço de abstração, – vamos ver se é realmente possível – para tentar comparar os ecossistemas naturais ao sistema artificial da cidade, e talvez, a única metodologia que nos ajude, dado seu grau máximo de abstração, seria a Teoria Geral dos Sistemas.i Se tentarmos colocar a cidade sob a metodologia de análise da T.G.S., podemos definir duas partes: A matéria-energia e as Informações com a seguinte perspectiva:
1.1 Os fluxos matéria-energia que entram, circulam e saem da cidade
– Análise das taxas-. Estamos falando de números, quantidades, economia e o que sai nas fotografias da cidade.
- Por um lado, os fluxos de energia-matéria dependem inteiramente da natureza: a partir do capital de reservas naturais, de emissões de energia do Sol, da própria Terra, ou das estrelas. Na verdade, poderíamos começar a contabilizar para cada tipo de recurso e energia uma quantidade, como por exemplo: Gramas/habitante ou Watts-hora/habitante espalhados uniformemente, inventando uma estranha utopia liberal-comuniária, embora seja provado que os valores emocionais que cada cultura dá às suas criações ou necessidades são bastante diferentes e muitas vezes não traduzíveis.
Já, o mesmo uso da palavra “recurso” é uma dessas armadilhas da linguagem que assimilamos sem objeções ou sem meditação prévia. Josep Puig expressa muito bem no seu estudo da cidade sustentável, quando se refere ao conceito sagrado que muitas tribos ao redor do mundo têm pelos animais que eles devem caçar ou das florestas, árvores, cavernas e lagos que têm funções culturais, transcendentais, de identificação ou outras funções, mas, que de forma alguma, são baseados no equilíbrio econômico dos humanos.
Hoje, nem sequer compreendemos os fluxos de energia-matéria. O cidadão ignora completamente de onde surgem os alimentos ou os materiais de construção e tampouco se preocupa em verificar onde eles vão parar depois, transformados em lixo. Ele só parte do pressuposto que estes recursos lhe pertencem como proprietário e senhor do planeta, negando-os aos demais seres vivos. O caso mais evidente é o dos cursos naturais de água, que estão secando porque são canalizados pelo consumo humano, ou estão poluídos após seu uso. Praticamente todos os recursos já foram privatizados, começando pela terra, água e os solos. Falta apenas privatizar o ar e a profundeza dos grandes oceanos, que ainda assim já sofrem com poluição e espoliação, numa aparente certeza de que ninguém irá protestar.
A propriedade da terra, e a sua consequente valorização economicista, gera um dos problemas mais graves, talvez o maior, no que se refere à dinâmica cultural. Trata-se de um ponto que deveria ser reorientado nas políticas de direitos ecológicos, que é o fato de que o uso da terra, seus frutos, e até mesmo sua acessibilidade foram privatizados, o que diz muito pouco em favor da humanidade em sua relação com a natureza. O conceito de propriedade de um objeto, geralmente corresponde ao uso que se faz dele, e geralmente usamos a terra para cultivo. Contudo, quando este uso passa a destruir sua capacidade biodinâmica, valorizando-a apenas pelos metros quadrados, ou pior, avaliando-a em termos puramente especulativos, então os valores da cultura perdem completamente o contato com a natureza. - Por outro lado, no interior do sistema artificial das cidades predominam fluxos lineares, isto é, não integrados à contabilidade cíclica e regenerativa. Basta lembrar que os orçamentos dos Estados não consideram as reservas naturais como capital, nem os resíduos depositados em aterros sanitários como sobretaxa. Tampouco contabilizam os efeitos da infertilidade do solo ou as doenças provocadas pela poluição como despesas a serem reembolsadas.
Neste nível, a linguagem passou por uma quantidade significativa de readaptações. Até recentemente, os fluxos de energia ou matéria que extraímos do meio natural não eram considerados parte integrante da natureza, seja porque fazem parte de um processo que se vê linear, e não cíclico, ou porque circulam em uma intensidade muito diferente do ritmo natural. Era o caso da construção de usinas hidroelétricas ou da queima de combustíveis, vistas como potenciais nunca antes utilizados pelos ecossistemas. Mais tarde, passamos a chama-los de “recursos”, para que pudessem entrar em certas contabilidades, especialmente quando se tornou evidente a sua escassez e, portanto, a especulação em torno de seu valor de uso. Agora, começamos a falar em “espólio”, quando percebemos que não podemos alterar alegremente os ecossistemas, e que pouco adianta tentar torná-los mais compatíveis se, em última instância, seu uso leva à exaustão.
O mesmo pode ser dito em relação ao lixo, que até pouco tempo era conceitualmente considerado “inerte” (embora, no mundo rural, sempre tenha existido na forma de estrume e usado como fertilizante). Mais tarde, é introduzida a palavra “poluição”, referindo-se a corpos estranhos no meio ambiente. Em seguida, o termo evolui para “contaminante”, trazendo a noção de “perigo”, e depois para “risco”, introduzindo a ideia de “precaução”. Essa mudança refletiu tanto em efeitos fiscais, quanto em impactos estéticos, paisagísticos e de saúde. Exemplos incluem o surgimento do buraco na camada de ozônio, o efeito estufa, o antigo “Smog” em Londres ou ainda a presença de metais pesados nos rios da Europa. Com o tempo, o lixo adotou vários nomes diferentes conforme seu destino ou aproveitamento: “subproduto”, quando reposicionado comercialmente (rebranding); elemento de “reciclagem”, quando reintroduzido no processo de trabalho; ou “resíduo tóxico”, quando exigiu métodos de tratamento de alto custo — seja público, privado, por seguradoras ou serviços de descontaminação. Sobre este tema, é indispensável a leitura de “Nosso Futuro Roubado“ii,obra que explica as repercussões a longo prazo da introdução no ambiente de produtos à base de organoclorados.
Se observarmos bem, essas readaptações da linguagem caminham em paralelo com o conhecimento que temos sobre “dados” ou “relacionamentos” (lembremos da TGS). Quanto mais profundamente compreendemos um elemento ou um sistema, mais cuidadosamente precisamos usar a linguagem — se necessário, inventando novos termos. É nesse ponto que surgem várias questões. O problema está em garantir que a linguagem de reajuste não envolva distorções: seja mudando o significado de palavras que deixam de “interessar”, seja aplicando termos válidos a conceitos diferentes, desvirtuando os originais. Um exemplo notório é o uso da palavra “sustentabilidade”, muitas vezes associada a “desenvolvimento” ou aos já citados “recursos”. Esse processo ocorre hoje em uma velocidade vertiginosa, muito maior que em outros estágios histórico-culturais. E, diferentemente do passado, não nasce das subculturas urbanas, da linguagem da juventude ou da “revolução”, mas do próprio poder. Isso indica que um novo corpo cultural, com outros conceitos e valores de fundo, está em plena gestação.
Quando o tema é energia, o problema se desdobra em diferentes caminhos. Costuma-se falar em “radiação” como se fosse sinônimo de “poluição energética” — o que é um equívoco, já que radiação é simplesmente o resultado da emissão de qualquer quantidade de energia. Nesse ponto, percebemos que ainda existem setores do movimento ecologista que não alcançaram a necessária mudança conceitual. Seria mais preciso falar em radiação acima da intensidade natural, ou em alguma expressão semelhante. Nenhum termo adequado, porém, foi consolidado, em parte porque o mercado sociocultural silencia diante da importância das sobre-exposições iônicas ou simplesmente eletromagnéticas (CEM), às quais estamos submetidos sem perceber. Diferentes estudos ao redor do mundo confirmam isso — o mais notório deles talvez seja o do Instituto Karolinska, na Suécia (responsável pela concessão do Prêmio Nobel), que investigou a relação entre câncer e CEM. Há ainda pesquisas que associam esses fatores ao estudo da AIDS. A cultura contemporânea, por sua vez, tende a normalizar e até priorizar todo tipo de superexposição: desde pequenos aparelhos, televisores, fornos de micro-ondas e telefones celulares até banhos de UVA, estações de enlace por radiofrequência e antenas de telefonia ou radar. - Os números-chave que fazem todos os outros “dançarem” apontam para um grande problema: nós mesmos, os humanos. Nesta relação entre a natureza e a cultura, o único elemento de contato, presente em ambos os lados, aquele que manipula e executa através de sua estrutura termo-biológica, tanto o natural e genético quanto o cultural e o aprendido, é o ser humano. Entre nossas ações, a mais preocupante é justamente o número em que chegamos, a praga em que nos tornamos neste planeta, ou seja, a densidade de população humana, que em certos pontos atinge condições “infra-humanas”, isto é, condições socialmente inaceitáveis para a cultura ambiental e biologicamente insustentáveis. Além disso, essa super-dimensão que alcançamos, agora é explorada pelo poder como instrumento de manipulação das grandes massas indiferenciadas de “Recursos humanos“. As pessoas entram na contabilidade de energia como mais um item, descartável ou comercializável, de acordo com o sistema nacional de emprego/desemprego que estabelece pautas de negócio e ameaça na relação com trabalhadores desqualificados, desvalorizando qualquer outra característica fora da sua capacidade de trabalho e consumo. Em contrapartida, vemos as características emocionais também sendo transformadas em valores, mercadorias, como vemos nos “reality shows” de TV. Mas continuam desvalorizando valores como solidariedade, compreensão, etc, que, certamente, seriam valorizadas num grupo de trabalho não hierárquico ou na convivência de uma comunidade de bairro.
Voltando ao problema da superpopulação, devemos prestar atenção ao prefixo “super”, uma vez que existe uma relação entre população e área de terreno. Não é uma relação direta para que passamos resolver com uma fórmula matemática simples do tipo: para tantas pessoas no planeta, tantos alqueires por cabeça. É evidente que a qualidade do solo varia radicalmente de acordo com o ecossistema em que estamos, e que as condições dos fluxos de energia variam de acordo com a biorregião considerada.
Não podemos nem sequer pensar em fazer uma simples operação de regulação-especulação, do tipo:
Densidade = moradores / superfície.
E isso se dá, pela simples razão de que a vida não é um problema estático, linear ou de densidades, como seria o resultado de uma divisão de dois números, pois envolve dinâmica, ação, crescimento biológico, ciclos de energia e, muitas vezes, relações bastante sutis que não aparecem nestas equações simples. Qual é, afinal, a superfície necessária para viver? O que entendemos por necessidades humanas? Vamos nos aproximar destas respostas no próximo capítulo. - Ainda há uma terceira questão importante: a imensa quantidade de elementos que a humanidade faz dançar ao seu redor, tanto materiais, energéticos ou imateriais. Essas quantidades podem ser contabilizadas e muitas vezes são usadas para avaliar o nível de desenvolvimento de um país. O PIB é o exemplo mais claro, mas existem outros indicadores: taxas de escolaridade e analfabetismo, calorias disponíveis por habitante, consumo de alimentos ou de combustíveis (desconheço, até o momento, qualquer sistema de medição do fluxo de unidades de informação que circule em uma região). Em todo caso, estamos falando sobre valores de quantidade de TI incomparavelmente maiores do que aqueles que circulam em um entorno natural e agrícola. Tampouco estou incluindo informações como aquelas emitidas nas rotinas inconscientes da bioquímica dos seres vivos ou dos fluidos da atmosfera. Como é que podemos, nesse egoísmo antropocêntrico surgido do “humanismo”, nos apropriar de todos esses recursos, que também têm direito de uso pelos demais seres vivos? Não haveria a necessidade de pensarmos em uma declaração dos direitos do ecossistema, ou de uma justiça biológica?
E além desses outros vizinhos da ecosfera… nós realmente controlamos essas grandes quantidades de forma consciente? Temos, de fato, noção do que significam trilhões de dólares, milhões de toneladas de madeira, bilhões de toneladas de CO ², milhões de famílias sem-teto ou milhões de espécies vegetais equatoriais desconhecidas? É verdade que existem técnicos e tecnologia capazes de reunir e interpretar alguns desses dados, mas será que o “Big Data” é capaz de apreendê-los de forma integrada, em um modelo complexo? E mais: pode esse conhecimento ser assimilado pela maioria da população, a ponto de gerar consciência e ser capaz de agir em consequência a partir do princípio “Pensa Global – Atua Local“?
1.2 Os elementos de execução-decisão que determinam a dinâmica dos fluxos da cidade.
–Análise das ideias – aqui falamos sobre fórmulas, leis, portarias, regulamentos e costumes comportamentais dos agentes da cidade: aqueles que movem a matéria-energia, aqueles que tem a informação e aqueles que produzem o mapa, a programação e, por fim, os programas gerais.
- Mas, de onde vem a informação? Como já expus no início, essa diferenciação entre natureza e o mundo cultural, torna-se evidente quando se trata de discutir informação. A informação natural é aquela que extraímos (ou descobrimos, ou percebemos) das leis do eletromagnétismo, da termodinâmica, da genética, das teorias quânticas e relativistas; as que, em última instância, chamamos de leis naturais. Essas teorias são aplicadas, de uma forma ou de outra, conforme a tecnologia disponível no momento e os interesses do poder. Ainda assim, não deixam de ser universais e válidas para todos. As informações naturais também não são criadas nem destruídas, pois são compostas por um pequeno conjunto de fórmulas. Mas sua extrema riqueza -os ecossistemas- e diversidade, especialmente no campo da genética (a biodiversidade), tem gerado respeito suficiente para nos fazer perceber que as combinações geradas podem acontecer apenas por períodos ínfimos, e tão curtos, que talvez nunca as conheçamos se continuarmos a agir de forma negligente com a natureza.
- A parte da informação cultural – que nós mesmos temos gerado – incluem também as leis sociopolíticas, e podemos encontrar diferentes teorias e correntes explicativas para sua formulação, quase uma para cada antropólogo famoso. Por outro lado, também podemos criar um corpo inteiro de teoria sociopolítica, uma para cada luta contra alguma distorção em relação ao modelo natural. Ou melhor, tentamos montar um corpo de formulações com informações que preencham o vazio das leis naturais ainda desconhecidas. Mas afinal, conhecemos o grande Planejamento do Universo? Existe mesmo um planejamento do universo? Ou simplesmente o meio é o objetivo? Atualmente, o sistema que organiza o planejamento da humanidade parece depender da sociedade e dos programas políticos, assim como da cidade e do urbanismo. Seria tudo isso uma substituição das leis que regem os ciclos naturais? Ou, na verdade, é a necessidade de ordenar essa “máquina artificial” que chamamos de sociedade artificial, aquilo que funciona dentro da cidade, atualmente quase confundida com uma “Aldeia Global”? Pode ser que esta pergunta só tenha uma resposta no futuro, e que talvez seja apenas uma questão de maturidade. Mas talvez pode não ser, pois deve ser levado em conta que ela está ligada a essa estranha dicotomia espécie-social / espécie-egoísta. É possível que não precisemos da tal artificialidade. Percebam que tudo depende dos valores que regem essas leis sociopolíticas. Talvez, quando esses valores se adequarem às formas de ciclos e energias naturais, poderemos perceber que as leis já estavam feitas desde o início.
- Ao longo do tempo, as informações que orientam a humanidade passaram de uma relação íntima com o meio ambiente – desde os caçadores-coletores – através de uma simbiose mais ou menos equilibrada entre as informações naturais e as informações culturais exigidas nas sociedades agrícolas, das quais, ainda hoje, encontramos exemplos em todas as regiões do Planeta. Porém, com a chegada das sociedades industriais a porcentagem de informações recebidas sobre os produtos tornou-se essencialmente cultural, causando um desequilíbrio neste balanço, onde hoje em dia, um cidadão médio norte-ocidental recebe em seu cotidiano 95% de informações “culturais” e apenas 5% de informações naturais, normalmente relacionadas à climatologia. E apenas 50% ou 60% desta informação que chega até nós diariamente, são de fato úteis ou aplicáveis em nosso dia a dia. (o restante acaba sendo propaganda ou fake-newsiv) Então, como poderíamos estabelecer critérios para expor e disseminar apenas informações úteis?
- A parte da informação cultural que, em princípio, está presente em nosso ambiente mas que não temos interesse em utilizar, é considerada a poluição da informação. Se introduzirmos todo este ruído de informação que encontramos na cidade – que na verdade penetra em nosso inconsciente – dentro do mecanismo mnemônico que usamos para pensar, meditar e aprender, acabaríamos esquizóides, considerando que trata-se de uma sobrecarga de estímulos, já que a propaganda é a informação que não buscamos ou que não temos real interesse.
- A poluição física é redirecionável ou disfarsável com a utilização de filtros nas chaminés, estações de tratamento de esgoto, ou até mesmo com sistemas de produção limpa, que já estão sendo operados. A informação, porém, dificilmente é peneirável. Os índices de uso e abuso da internet são exemplos claros, onde apesar da haver uma expectativa de acesso ao conhecimento, a realidade oferece apenas 10% ou 20% de conteúdo realmente útil ao internauta. É claro que não faz sentido pensar em retornar à censura. Como em tantos outros casos, apenas a mudança no foco da “quantidade” pelo da “qualidade” poderia ser suficiente, mas a dinâmica econômica do crescimento produtivo impede essa transformação.
- A parte da informação cultural que, em princípio, está presente em nosso ambiente mas que não temos interesse em utilizar, é considerada a poluição da informação. Se introduzirmos todo este ruído de informação que encontramos na cidade – que na verdade penetra em nosso inconsciente – dentro do mecanismo mnemônico que usamos para pensar, meditar e aprender, acabaríamos esquizóides, considerando que trata-se de uma sobrecarga de estímulos, já que a propaganda é a informação que não buscamos ou que não temos real interesse.
- A quantidade de informação acumulada pela humanidade ao longo de oito mil anos de história, modificando o meio ambiente e a própria história cultural, é muito grande para que uma única pessoa possa retê-la em sua mente – como se fosse sua capacidade de disco rígido. Na era moderna, a Enciclopédia da Ilustração, a revolução científico-técnica do racionalismo e o avanço da social-democracia geraram os “especialistas”. A visão de um mundo compreendido apenas em partes, por certos elementos capacitados, os “técnicos/cientistas”, nos levou a um superconhecimento desintegrado: “sabemos muito mais sobre menos coisas“. Ao meu ver, essa especialização nos afasta cada vez mais da capacidade de gerir sistemas complexos.
- Agora, no final dos primeiros oito mil anos de história humana culta, começamos a dispor de artefatos capazes de captar, em um curto espaço de tempo – humanamente um ou dois anos – numerosos dados de todas as partes do planeta e sobre todas as temáticas imagináveis, processando-os de forma relativamente fácil, ainda que com um nível de complexidade de fatores relativamente baixo. Isso nos permitiu fazer um balanço, ter uma ideia de até que ponto os danos causados por nossos erros passados persistem e refletir sobre o mal que continuam a causar às gerações futuras.
2 Problemática
Hoje em dia, o conhecimento do planeta está se tornando cada vez mais acessível, já temos ele tudo fotografado e disponível em rede.
2.1 As Necessidades
Há muita literatura escrita devido às lutas sociais e comunitárias dos últimos dois séculos, As das Nações Unidas, de personagens indispensáveis, como lutadores revolucionários ou prêmios Nóvel, ou de pequenas associações de bairro, em todo o planeta. Com tudo sempre sob conceitos culturais e políticos, em um certo sentido emotivo.
- Encontramos notícias conflitantes, às vezes das mesmas fontes. Porque não estão claras as “Necessidades humanas”? E temos clareza apenas das naturais, biologicamente semelhantes a outros mamíferos. Mas do resto, as necessidades culturais, são induzidas pela própria cultura, incluindo a economia e a política. Atualmente essas duas qualidades de informação não são claramente distinguidas.
As pessoas adoecem por razões culturais: a silhueta, o estresse, a obesidade, a ansiedade. Então a cobertura das necessidades naturais criou necessidades culturais que modificam as biológicas, e aceitável essa dinâmica?, o coletivo age igualmente ao permitir a geração de gases de efeito estufa, da clorificação do fornecimento de água, etc…?
Os dados nos dizem que agora não há recursos suficientes para o desenvolvimento crescente em quantidade sem limites. Mas outros programas nos dizem que podemos erradicar a fome e escolarizar a todas as crianças em menos de 20 anos. Estes dois são compatíveis Dados? Pessoalmente, eu sou bastante otimista, e eu acho que posso acreditar neles, mas apenas se a dinâmica atual dos fluxos de energia é invertida, e redirecioná-los para a construção não especulativa da cidade, mas para direcionar ações para a equidade de oportunidades. - Por outro lado, não seria muito mais fácil obter cobertura dessas necessidades se fossem definidas claramente as diferenças entre biológico e cultural? Embora isso comporta, como já diz, o desamarre de uma série de convenções sociais e históricas. Vários preconceitos que por outro lado, a sociedade pós-moderna atual está superando por meio de propostas “artísticas” completamente banais e “tudo-vale”, terminando novamente com a figura do gênio criativo. É um jeito de des-culturização, enquanto acontece uma liberação dos padrões sociais nesta cultura. Talvez a base para uma nova cultura radicalmente diferente da cultura restritiva exibida por S. Freud. Uma cultura que é liberada porque não precisa crescer, perdendo os parâmetros que auto-imposava-se a partir dos primeiros assentamentos sedentários das tribos agricultoras, onde o bem da comunidade e a manutenção do cultivo, e gestão dos recursos e excedentes foi colocando diretrizes políticas para as relações sociais.
Isso nos leva a refletir sobre o fato que somos verdadeiramente a única espécie no planeta que reconhece que não há necessidade de crescer além da corrente densidade (e observamos isso deforma consciente, mas impotente). Eu entendo que qualquer espécie animal, se descobre um entorno super favorável vai se expandir o máximo possível. A diferença é nós que somos capazes de criar esse ambiente super favorável: nas cidades. - Agora, pela primeira vez, começamos a quantificar as necessidades na forma de energia-espaço, comprovando a repercussão, as despesas, de um ser humano inserido dentro de um ciclo de produção-e-deposição de energia-matéria natural. Além do que, esse cálculo pode ser feito explicando a vinculação com a área de planeta que este derramamento de energia e resíduos implica.
Este é o conceito de pegada ecológica, ou seja, o espaço que usa um determinado ser ou grupo humano para atender às necessidades do consumidor e devolver ao meio ambiente o desperdício das suas atividades, o espaço necessário para gerar a energia que consumimos em todas as formas que o consumimos, mais a superfície necessária para absorver os ciclos de regeneração natural de todo nosso lixo.
Este espaço que precisa do mundo cultural para ser “integrado” no mundo natural, é realmente muito grande, e também não é sobre superfícies regulares, nem para as diferentes culturas do planeta; o mundo capitalista, o mundo comunista, o terceiro mundo, nem mesmo dentro de uma mesma cidade; os milenaristas, os guetos e favelas do quarto mundo. Nem dentro de diferentes ecossistemas, que organizam seus vários ciclos de matéria-energia com taxas e intensidades de acordo com parâmetros locais de clima, solos, topografia, etc… com outros ecossistemas.
O tamanho relativo dos dois sistemas: cultura-natureza está tornando-o mais incompatível dia após dia, talvez já faz tempo que seja assim, mas não começamos a contar até os últimos anos. O tamanho real do sistema cultural está chegando a igualar o tamanho do sistema natural, ainda quando na realidade será sempre um sistema dependente dele, então, como o sistema natural precisa do seu próprio espaço para se retro-alimentar, está se criando uma dinâmica letal.
Agora que começamos a quantificar as diferenças energéticas percebemos a importância cabal do problema da gestão da energia da terra.
Os primeiros estudos deste tipo apontam, por exemplo, que a Holanda causa uma Pegada Ecológica de 82.000 km², que é 2,4 vezes a área oficial do país, de 34.000 Km². Obviamente, o resto dos países da UE têm pegadas semelhantes, por isso essas etárias a mais da Holanda não podem estar na vizinhança da Europa. Onde a Holanda ocupa este terreno?, encontra-se quase inteiramente no Terceiro Mundo, Por exemplo, na forma de forragem para vacas. Outro estudo sugere que um cidadão canadense ocupa 4,5 H. E assim, se todas as pessoas do planeta usam ciclos de matéria-energia-resíduos na mesma intensidade que um canadense descobrimos que não há terra fértil suficiente no planeta para manter todos os habitantes nesse nível de consumo.
Então, como é que ainda estamos vivos?
Primeiro porque outros em países do terceiro mundo morrem deixando seu lugar livre, e segundo porque exploramos recursos fósseis que foram gerados há milhões e milhões de anos na história geológica do planeta. Terceiro porque a mala prática agrícola do espólio deplorou grandes áreas de terra fértil até exaustão, tornando-se lugares baldios que viram desertos pelos processos de erosão. Essa perda de solo ira aumentando a desproporção de habitantes/superfície fértil, e permanecerá a ser desfavorável, apesar de uma possível estabilização da população.
Ainda ter acontecido esse processo em várias partes do planeta. Exemplo do guano de tradicional de Chile e Peru, extinção dos lugares de pesqueiro por sobrepesca. Até faz pouco tempo não percebemos que esta é uma situação globalizada no avanço dos desertos ou na perda de água doce limpa, etc…
Mas, embora sabendo das “anedotas” devemos enfatizar este: “até agora não percebemos” (De uma forma socialmente assumida). É evidente que desde o início doa revolução industrial já levantaram-se vozes de alerta sobre essas questões.
Esse conhecimento leva a uma espécie de aceitação da culpa e reconhecimento de graves problemas, sempre criados por humanos. Da mesma forma como em seu dia as demandas pelo respeito dos direitos sociais, eles também enfrentam os problemas criados pelas leis injustas dos próprios humanos, e envolve mudanças na mentalidade e, consequentemente, sobre o sistema de gestão social que temos.
2.2 Relações
- As questões profundas atuais, como a população ou a gestão da terra, são induzidas por egoísmo genético ou pelo sistema educativo?, são características das culturas, ou da espécie humana? Então como podemos enfrentar o conflito entre o uso individual da terra (a terra para aqueles que a trabalham) e o direito de toda a biodiversidade, e especificamente a comunidade humana, tanto como cidadãos individuais e como comunidade, parente esse uso coletivo.
- O modelo predominante que explica as relações do sistema junto a classificação social de produção:
– O principal: > Agricultura extensiva, mineração, pesca, aqueles que colhem recursos finitos terra para venda e “uso e desfrute” dos humanos.
– O Secundário: > Indústria circular, e agricultura regenerativa, aqueles que “civilizam” produtos naturais.
– O Terciário: > Aqueles que reproduzem produtos culturais em outros produtos culturais, os serviços.
– O quarto: > Geradores de composto a partir de rejeitos humanos para retornar ao meio natural
Vendo este esquema podemos visualizar alguns dos parâmetros em que estamos gerando cultura.
Realmente essa classificação é muito mais complexa, encontramos enormes variantes. Por exemplo, não se desenvolve igual a siderurgia do que o setor de fabricação de computadores. Entre os espaços secundário e terciário existem diversos graus de complexidade, não são os mesmos serviços através da Internet global, do que os de um mecânico de carros na vizinhança. Na verdade, podemos começar a ver que as categorias podem se estabelecem pelo grau de reelaboração cultural, algo assim como graus de profundidade fractal, onde por exemplo a indústria que mais depende do setor primário com mono-produtos está mais exposta à depressão, enquanto a mais bem-sucedida é aquela que consegue reciclar culturalmente os seus produtos. - Mas poderíamos definir outros esquemas. Ainda mais semelhante às cadeias tróficas, onde por exemplo, dividindo a sociedade entre aqueles que produzem: indústria, agricultura, mineração…, aqueles que consomem ou usam os produtos: cidadãos, e quem está tirando o lixo para fora das cidades geralmente a administração, ainda que sem ser assumida a responsabilidade de fechar os ciclos da matéria.
> > > Empresas >
> Consumidores >
> Administração > > >
Onde pode-se ver melhor o nosso papel dentro do conjunto, (um consumidor e um ser individual), e a potência relativa dentro do conjunto, (pouca por ter feito escolhas individuais) , uma vez que não controlamos o início nem o fim do processo. É uma verdadeira ignorância dos cidadãos, das realidades dos extremos desta linha: a espoliação da Natureza, e despejo de lixo na Natureza.
Neste diagrama também podemos ver como existem muitos sujeitos plurais, podemos ser trabalhadores e consumidores, ou fazer estar na gestão administrativa e, ao mesmo tempo, consumindo, etc… Isso nos permite refletir sobre atuações contraditórias, ate hipócritas, nas que nos encontramos inscritos na globalização no trabalho a na localização no nosso viver cotidiano. - Outro modelo aparece nos sistemas humanos mais comuns, os sistemas de classes.
-A classe alta: > Com 95% de potência, que agarra 70% do Transações econômicas… Omnipotens?
-A classe média: > Com o poder aquisitivo que marca o bem-estar, as necessidades básicas cobertas, um trabalho diário regular, e que permanece em um estado intermédio e não se atreva a protestar em risco de perder o que é ganho.
-A classe pobre: > O resultado da espoliação das outras duas classes. Localizada em um 60% no terceiro mundo (pois está crescendo geometricamente nos países ricos também) e tem menos de 5% da capacidade econômica global. A classe que por não ter nada a perder pode jogar tudo para tudo.
Trata-se mas uma vez de estatísticas e de classificação do dinheiro, mas reflete como a cada dias a falta de justiça que está se gerando no sistema global. A classe alta a cada dia é maior, e a classe baixa cada dia é mais baixa. Parece que não há paralelismo nenhum com qualquer sistema de organização natural, de fato, as trocas dentro dos sistemas naturais não são estabelecidos nunca com elementos físicos, mas pelas relações das cadeias tróficas, ou melhor, por mecanismos para garantir a energia.
Na cultura, em um malabarismo estranho, nós refinamos tanto esses mecanismos que agora a energia é valorizada de forma muito sutil, tanto que damos valor ate na mesma peça de troca: o “dinheiro”, como sendo um elemento sólido, no lugar de energia. Com o “dinheiro” é possível adiar seu uso no tempo, gerando esperanças de ação futura, assim como o sol da primavera age em todas as sementes de gramíneas adormecidas. Este estranho mecanismo de potência e liberdade individual colocou sobre o dinheiro o valor adicionado de ser desejado e, assim, redirecionar energias para sua obtenção, em vez de ao inverso, direcionar a energia para obter mais energia. E em vez de criar um sistemas de troca medido em valores físicos naturais, como Kw/h ou em lugar de energia, tempo -também é possível-, temos desenvolvido sistemas de relacionamento baseados no desejo e no valor subjetivo do dinheiro. Que por mais detalhes, é totalmente controlável a sua fabricação e sua redução de circulação entre a cidadania, que não seria o caso da energia natural ou o tempo.
Ignoro até que ponto é possível formular outro sistema de relacionamento para valorizar o trabalho, as ajudas mutuas entre os cidadãos, ou um objeto manufaturado. Embora seja levantado e estão ensaiando múltiplas moedas locais em todo o mundo. Ou até que ponto o conceito crematório da economia pode ser modificado, como explica J. Martinez-Alier em “economia ecologia”v, a fim de redirecionar seu valor de forma justa e equitativa.
De qualquer forma, é óbvio que há um componente sócio-emocional em face do que ha por trás do valor cultural dado a ele. Na verdade, é sintomático o famoso ditado de “Dinheiro não faz felicidade“, então é que as pessoas não aspiram a ser felizes?, desapareceu o valor da felicidade dos lugares proeminentes da cultura?, ou é que essa felicidade que nos vende a cultura atual não é a felicidade que queremos?
Conceitos de bem-estar ou padrão de vida: que emulem o conceito de felicidade mas vínculam ele diretamente com o dinheiro é a maior armadilha na qual estamos sujeitos através da linguagem. Eu não descubro nada. Mas nos recusamos a analisar esses aspectos simultaneamente autolimitadores, transcendentes e críticos dos pontos mais fortes da nossa cultura ocidental. Quando algum parceiro nos mostra que luta para a solidariedade, na melhoria dos direitos humanos e do bem-estar de todos os seres do planeta, mas ao mesmo tempo nos diz que isso não tem a ver com autodisciplina em relação ao seu padrão de vida… Como devamos encaixá-lo em coerência nos valores que estão circulando em nossa contraditória cultura ?, é que também luta para exportar o e estresse, nos fins de semana fugindo da cidade, a estética horrível da cidade construída ao toque de hipoteca e especulador?, o que tem isso a ver com a compreensão da lutar pelo controle da natureza e a luta pela liberdade e os diretos humanos?, como podemos criar valores natur-culturais se as linguagens que estamos acostumados a cada vez mais se afastar dos conceitos natureza-espiritual-transcendental?
Temos vergonha de usar palavras tão simples como “felicidade”, e devemos falar sobre “padrão de vida”, ou se reutiliza a palavra “amor” distorcida, para usá-la como indicativo de prazer sexual no “fazer amor”. Ou a outros significados mais materiais e menos imaginativos, como identificar a “Liberdade”, com democracia, celular, carro, ou dinheiro de plástico. - Poderíamos finalmente falar sobre outro modelo que permaneceu em vigor na história da humanidade de forma quase biológica: a “Família”, e que está atualmente passando por mudanças importantes e possivelmente irreversíveis na tendência do Sistema Social atual. O grupo mínimo autossuficiente na história humana é o que entendemos pela família tradicional, onde as gerações são revezadas umas por outras regularmente, passando valores, poder e posses. Este núcleo familiar é apoiado pelo funcionamento biológico da espécie, com o funcionamento evolutivo dos mamíferos. Mas não podemos vincular a conquista cultural da comunidade ao funcionamento da família. As tradições parentais das tribos esquimós, como as das famílias dos artesãos medievais são formadas por indivíduos agrupados para formar aprendizes de um determinado trabalho artesanal específico, não são essenciais os vínculos de consanguinidade, são famílias culturais?. É só no acúmulo de poder praticado pelas famílias nobres europeias, que mais tarde reproduz-se com enlaces das poderosas famílias burguesas, onde laços familiares tornam-se estritamente biológico-culturais.
É evidente que a família trabalha como uma célula básica para transmissão biológica e de patrimônio cultural de uma sociedade, mas quando esta sociedade organiza sistemas complexos, e treinamento e transmissão dessas noções básicas de biologia e cultura, a família se torna dispensável. Na verdade, o expoente mais curioso é que o mundo ocidental está diminuindo tanto sua população quanto suas famílias, embora o espaço que ocupa essa mesma população tenha aumentado. O indivíduo se desenvolve isolado na sociedade, mas com múltiplos relacionamentos de amizade e múltiplos espaços para essas relações. Desta vez verificamos em forma do espaço físico, o aumento da separação entre dois polos opostos, redução individual, e a amplificação do espaço preciso para se desenvolver de forma completa dentro da cidade.
Neste momento, este espaço necessário se sobrepõe tantas com o de outros indivíduos que a formação de associações, ou similares, são dadas de uma forma cada vez mais cotidiana, e mais para aquelas pessoas que concordam com esta célula básica diferente da família, resultando em uma célula com conceitos totalmente culturais. Tendente a relegar a função de crescimento e reprodução biológica, de tal forma que o grupo assume por redução o conceito tradicional de família. - As linhas de trabalho para tentar entender todas as relações de um ecossistema podem ser bastante variadas, que vão desde estudos de cruzamento de bancos de dados com SIG numa base bidimensional, uma compilação estatística ou fotográfica dos diferentes agentes e os efeitos sobre o território inteiro, diagramas completos da cadeia trófica bio-regional, e muitas mais…
Como seriam esses estudos aplicados sobre a cidade? Os mais completos podem ser os trabalhos de planejamento urbano: o Plano Diretor. Mas o planejamento urbano realmente é a forma física de uma proposta política, o que é apenas urbanismo? Com o Plano Diretor ainda não temos as Informações gerais suficientes ou completas do estado da cidade.
3 Ideologias e tendências
Na corrente cultural do mundo de hoje encontramos até visões opostas em relação à evolução humana. A prospecção nos mostra diferentes cenários de possíveis futuros, alguns mais críticos, alguns mais redentores, alguns mais futuristas… Eu pessoalmente vou conceituar em dois grandes grupos, que, para classificar de alguma forma, identifico como: posição “Pós-moderna” e posição “Nova era”.
Mas nenhuma dessas tendências é claramente ambientalista. Parece que as teses ambientais não conseguem se unir para formar um “corpo do estado do arte”, da criatividade cultural em se, capaz de neutralizar a arrogante indústria ocidental do lazer, mas apenas uma série de alternativas espalhadas dentro de um corpo virtual de cultura politico-técnica Global. Por que não existe essa capacidade de globalidade cultural, entendendo a cultura como expressão artística?, É possível que o posicionamento da criatividade ambientalista não passe por qualquer elo internacional e sobreviva só em formas regionais?
3.1 A posição pós-moderna é aquela que está globalizando o mundo. No momento, como explica muito bem Fredric Jameson em “Pós-modernismo”vi, a globalização está sendo efetivada principalmente em nível comercial, mas também aproveita o espalhamento de uma cultural internacional, no passado iniciada pela colonização transnacional fortemente baseada na Coca-cola o Rock&roll e o Hollywood Norte-americanos.
Por outro lado também aceita essa multiculturalidade que permite os voos transcontinentais cada vez mais frequentes. Uma cultura que mostra cortes de culturas indígenas, que incorpora a solidariedade, o reequilibrando norte-sul, tolerância, que causa um aumento quase ilegal do comércio justo e solidário, ou a formação de grandes organizações não-governamentais de solidariedade ou luta pela preservação ecológica, etc. Mas que ao mesmo tempo nós impõe o comércio imperialista de grandes multinacionais, a espoliação das riquezas naturais dos países do terceiro mundo, a aniquilação de tribos e culturas que não interessam para essas multinacionais com a aprovação dos governos locais e a incapacidade de ação dos delegados internacionais da ONU, etc…
Na verdade, é o mainstream que é transmitido pela grande mídia. A mesma organização da Internet forma parte exemplar desta visão do mundo. É, de certa forma, a proposta estrutural do moderno e da intelectualidade, que vem se forjando desde o planejamento socialista: O planejamento social desde um governo tecnocrático que organiza o progresso “equilibrado” da humanidade. Este esquema de Programa para o Progresso é o mesmo que o Capitalismo posteriormente adotou, só que em forma muito mais eficiente, para obter seus próprios propósitos. Um progresso que, em vez de unificar e balancear desencadeou em milhões de formas livres, foi implantado num “Tudo-vale” caótico do liberalismo. Onde não é possível transmitir nenhum objetivo programático para o indivíduo, que tem a “livre” opção de escolher “livremente enganado” para o que mais lhe atrai, isto é, a propaganda.
Dentro da proposta pós-moderna, a posição do indivíduo é, portanto, conflitante entre a direção do sistema programado globalizando; O Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional, o G7,… E a aparente liberdade democrática, com a posição individualizada e de autossuficiência social para a qual é jogado, seja qual seja o seu status de classe.
É esse progresso, que nunca levou em conta a importância da natureza em termos de espaço ecossistêmico, que fornece ar limpo, água limpa, solos férteis, e essências medicinais, do que a humanidade é parte, esse progresso que só pensou na competição entre blocos políticos do crescimento ilimitado, e onde os sistemas socialistas diferiam apenas pela suposta atenção à responsabilidade social pela igualdade, no que diz respeito aos sistemas capitalistas.
Hoje em dia, muitas reivindicações sociais foram pactuadas com o sistema capitalista, em graus variados de acordo com o nível de “bem-estar” de cada país, e obviamente mediatizado para conter seu possível empoderamento. Só que novas reivindicações estão aparecendo progressivamente, especialmente pelos ambientalistas, e com a lição aprendida e a dinâmica em andamento, o próprio sistema econômico repensa as diretrizes de reação, incluindo a incorporação de questões ambientais, também para redirecioná-las para seu próprio benefício. Temos um artigo magnífico de Mike Davis; “Ecology of Fear” (Como o Edén perdió su Jardín)vii sobre a devastação da Califórnia. Gerenciando um ajuste rápido ao novo sistema conceitual que continua a ser utilizado na cidade como elemento de consumo, e continua ocultando o papel da cidade no controle organizacional.
Essa cultura pós-moderna reforça as tendências atuais, pois espera a máxima produção
ao preço que for, o crescimento máximo do “bem-estar humano”, e dizer o laptop e o celular para todos, (anteriormente computador e telefone). Incorporando alguma que outra questão ecológica dentro dessa conceituação cultural. Colocando a natureza em função do homem, e usando a linguagem para redefinir a “floresta” como um “valor paisagístico”, ou o “mar” como o “terapeuta natural para depressões”, os “serviços do ecossistema”.
O que costumamos definir como a era do “setor de serviços” não é nada além da era da reelaboração cultural de “Produtos Culturais”: a cópia, a reprodução visual, a expressão virtual dos produtos, em vez dos próprios produtos.
Na verdade, uma das características mais importantes de todas essas mudanças está precisamente na linguagem, no léxico, a gramática, a sintaxes. A introdução de novas formas tecnológicas e informáticas da linguagem, Introdução de diferentes línguas internacionais na vida familiar, a formação da linguagens sub-culturais Intergeracionais, e intermodais. a sobreposição de cada vez mais línguas visuais, simbólicas, gestuais, etc… Precisando de uma organização mental que excede a capacidade de coerência individual, e por definição a “esquizofrenia”, que como diz Fredric Jamesonviii (Postmodernism, or The Cultural Logic of the late capitalism ) diz, atualmente chegou num nível coletivo e, portanto, estabelecendo-se como uma das características culturais, sem dar o valor certo ao estado individual do cidadão.
Como apontado anteriormente, os valores ideais que impulsionam o espaço artificial da cidade são os próprios valores da comunidade humana que a habita, a cidade não é nada menos do que a forma como adota o espaço para alcançar esses valores. Na cidade buscamos nos libertar dos rigores climáticos da natureza, um nível intenso de relações reforçando o círculo da criatividade, ao mesmo tempo que nos permite formar um grupo social organizado, capaz de lidar com o trabalho e com as necessidades em forma delegada ou comunitária e ter algum tempo para experimentar tudo o que os sentidos e o prazer nos permitem. Todos esses abordagens são relegadas para a último instância (e muitas vezes são consideradas como utópicas) dentro da dinâmica da continuação do sistema, na posição pós-moderna, é por isso que constantemente aparecem propostas alternativas que não fazem nada além de se concentrar para esses objetivos vitais.
Analisando a forma da cidade e o estado da cultura comum, poderíamos identificar quais são os valores transmitidos por este espaço. É aqui que estamos cientes do sistema de valores que governam nossa sociedade Bem-estar: Poder legislativo (administração pública), dinheiro, (grandes empresas e corporações) inconsciência ( a população)… Como os meios de viver bem.
Ressaltar que a medida que avança a tecnologia não há mais necessidade da cidade para alcançar tudo isso, especialmente com a conexão de sistemas na Internet, ainda que historicamente podemos encontrar outras soluções: Há culturas transumantes, há comunidades em fazendas rurais, e organizações de bairro quase autossuficientes, dentro das cidades do Terceiro Mundo ou em pequenas cabanas nos trópicos, há maneiras de povos caçadores-coletores que vivem de uma maneira completa e agradável no presente.
3.2 A opção, vamos dizer, “Nova-era” coloca a rota utópica. A força renovadora e dialética contra o estado imperante. Em um mundo harmonioso, desde o ponto de vista dos seres humanos, propõe-se que as relações da natureza e a urbanidade devem ser equilibradas, que a cidade deve ser integrada organicamente com o resto do seu entorno, fazendo parte do ecossistema regional. A partir desta cultura, que às vezes podemos Identificar também como o “neo-rural“, conceituar as cidades como a área complementar e da vez alternativa à natureza.
Um espaço com uma cultura muito mais ligada à história local e regionalista, uma posição que envolve da vez um menor “estresse” sociocultural, restringindo as interações da avalanche de informações da mídia, mas às vezes com mais “rigidez moral”, ou o apego aos valores de conservação naturalistas ate sectários, enfrentando a prepotência do sistema globalista pós-moderno. Posições que muitas vezes estritas geradas em reação contra as dificuldades legais, costumes, consumo, e obediência civil em que os valores convencionais são movidos.
Como uma alternativa diversificada e livre, ainda tem muito caminho a seguir e muitas questões a serem resolvidas. Questões, que como sempre, o sistema tenta impedir que ninhem se pergunte, e que se houver resposta não possa ser provada exemplarmente.
Esta proposta alternativa, tanto do modelo utópico da cidade física, como da organização coletiva é constante ao longo da história da humanidade:
− As cidades livres da Idade Média da Europa feudal.
− As comunidades cristãs como o Cisterix ou as Missões Jesuitasx sul-americanas.
− O nascimento marginal de Amsterdã ou Veneza.
− As cidades ideais do Renascimento Italiano.xi
− A comunidade artística de Darmstadt 1900,xii colonia g de artistas germinadora do Jugendstil em Alemanha.
− A Cidade Jardim do amanhã. de Ebenezer Howardxiii
− Os falansterios de Furierxiv
− Os Amish e os Witmarsum
− A cidade radiante, de Le Corbusierxv
− Taliesin 1933, Taliesin Westxvi 1937, ou Broadacre Cityxvii 1935, por Frank Ll. Wright.
− Os Kibbutzxviii
− Global ecovillage networkxix. Findhornxx, − Aurovillexxi, − Christianiaxxii
– Arcosantixxiii
− As múltiplas comunas hippies dos anos ‘60xxiv
− O C.A.T.xxv em Machinlly – Gales
− Os skuattersxxvi e ocupadores…
Salientando que as cidades renascentistas italianas, como as propostas por Leonardo da Vinci, foram as *Primeiras Cidades Planejadas*, as primeiras que imprimiram a invenção artificial diferente da orgânica-histórica. Imediatamente as primeiras tentativas de construção foram interrompidas pelos de diversos agentes interessados, cada um com suas contribuições culturais, fossem elas limitantes como enriquecedoras. E os humanistas automaticamente perceberam que a dinâmica real passava através da dialética:
A cidade faz o cidadão – O cidadão faz a cidade
De todos elas as que foram realizados e seguem funcionando são precisamente as que foram planejadas autonomamente pelos próprios habitantes, nos que a comunidade construiu autonomia com relação a nenhum organismo superior.
Percebemos que eles emergiram tanto da área oficial ou de reconhecido prestigio intelectual como as propostas modernas de Le Corbusier e Frank Ll. Wright, ou de posições totalmente marginais fora dos círculos da elite, como o caso do Christiania ou Findhorn… Mas, aquelas cidades que afundaram ou foram exploradas radicalmente mudando sua concepção teórica são aqueles que o poder adotou para seus propósitos: a comunidade cristã com a adoção de Roma, a cidade ideal do renascimento italiano, a cidade jardim na Inglaterra vitoriana, o Falangsterios na França revolucionária, o da cidade moderna de Le Corbusier na cultura internacional ocidental.
Há também propostas e modelos alternativos que falham, eles fazem isso por várias razões: tanto pode ter sido por ser projetadas na medida de oligarcas intelectuais, longe da cidadania, o ao inverso, propostas pela comunidade inviabilizadas a partir do momento em que eles representam uma ameaça de alternância política, como foi o caso dos hippies dos ‘60 na Califórnia.
Paralelamente, os agentes criativos, os artistas, estão cada vez mais se refugiando no
rural, longe da poluição cultural da cidade e ao mesmo tempo focando a criação regional autônoma que volta para reunir o espaço cultural e o espaço natural, num lugar comum com identidade. Nestes casos os grupos em geral são bastante duráveis, em comparação aos “Revolucionário” ‘60, fieis e consistentes com o espírito a missão que os criaram.
Se esse espírito é importante, será essa a base para permanecer fieis?, porque eles não se adaptaram ao poder ou porque o número de indivíduos envolvidos permaneceu reduzido?, ou porque eles estão alcançando um “Espaço total”?, como define Christopher Alexanderxxvii na “Estrutura do meio ambiente”, um espaço harmônico onde as linguagens culturais e naturais são compatíveis.
No resto das cidades do mundo, encontramos um estado que tende ao limite nas inter-relações naturais (recursos-energias) que tendem ao esgotamento, e cultural (globalização militar-econômica) que tende ao estresse, de todo o planeta ao mesmo tempo. Onde essas dois grandes correntes montaram um jogo de forças, e são capazes tanto de absorver parcelas de poder, quanto de imaginar novos caminhos dialéticos de negociação entre elas. Os grandes eventos mundiais como o Rio de Janeiro de 1992, a esquecida Agenda Local 21, os novos ODS. são os exemplos de tal dinâmica, planejada desde o topo da pirâmide de poder, enquanto o planeta segue sendo devastado.
A declaração do espaço Independente e livre na Internet, e a formação de comunidades neo-rurais autossuficientes, como as da rede da G.E.N, “Terra Vivante”, ou “C.A.T” são propostas da base da pirâmide.
Tanto nas propostas “Pós-modernas” quanto as da “Nova era”, não estamos falando de programas de classe, tipologias que atualmente estão perdendo capacidade de classificação, mas de posicionamento de acordo com os mundos de referência: Do super-mundo global, a dinâmica das mídias de massa e da cultura do reprocessamento de produtos culturais, dialeticamente complementar ao mini-mundo da dinâmica local: o contato, pessoal e natural.
4 Diagnóstico do estado atual
Não estamos apenas testemunhando uma crise nos níveis que a oligarquia técnico-política impõe aos cidadãos, mas à crise do conceito de planejamento, em consonância com a crise do conceito de progresso, e de crescimento.
Esta overdose de informações não manipulável pelo cidadão médio direciona ele à inibição para ação, para a participação. Nas pequenas aldeias o prefeito é geralmente mais acessível, quando não é muito afável, ele fica por perto do bairro e você pode comentar com ele sobre qualquer caso dentro da comunidade com absoluto quotidiano, – a menos que há rancor histórico-, entre outras coisas, porque sabe que os vizinhos estarão novamente ali no dia seguinte
Todas as propostas e modelos, que já foram no seu dia “utópias”, desde as cidades renascentistas, as cidadelas de Leonardo, até as propostas tecno-ecológicas contemporâneas, como o Parc-bit na Malhorca, ou as cidades ilha do Japão, as propostas regionalistas da cidade jardim de Howars¡d, ou as cidades modernas de Le Corbusier inclusive de Frank Lloyd Wright não é nada, mas modelos longe da realidade, não irrealizável ou fantasioso, mas pelo Poder avassalador do poder factual. O dono da terra, o especulador. Projetos contemporâneos morreram antes do nascimento, a mesma legislação alertada pelos perigos da dispersão urbanização agora não permite O surgimento de núcleos populacionais em ambientes naturais, embora demonstrem sua total integração.
Por outro lado, o planejamento é igual à ideia do grupo de elite, um grande professor, um famoso Um designer ou um oficial com grande experiência e sabedoria. E é automaticamente o lado esquerdo do Interesse entre os cidadãos, com exceção de grandes eventos de propaganda, como os Jogos Olímpicos ou uma exposição Universal.
Felizmente as pessoas começam a valorizar o “Como está fazendo o que você faz”, acima de tudo o “o que está sendo feito. ” A cidade, como Manuel Castells diz em “Revolução, tecnologia e novos regulamentos do Território”, é concluído em muitos de seus serviços e equipamentos, agora o projeto do ambiente urbano leva Importância, e estética foi para aliviar a imperiosidade das necessidades, onde o anteriormente solicitado Escola, ou um CAP, está agora pedindo zona verde ou pavimentação de projeto, muitas vezes o bairro afirma isso Identificação de formas, que até agora vem nos alienando com os parâmetros modernos da racionalização e Homogeneização em vez de ritmos naturais e diversidade.
Mas na época a administração muitas vezes age com uma política de ações de atos realizados, como obras de forças Infraestrutura em nosso país: rodovias, variantes rodoviárias, reservatórios de água, trens de alta qualidade, A velocidade… mesmo aqueles declarados ilegais pelo Tribunal Superior não estão desempregados ou nem mesmo reformados, Criando um estado de fraude política e descredenciamento ético, em face de programas de fraternidade, como o 21 ou rogatório pela participação cidadã que legitima a democracia delegada.
4.1 Planejamento
A realidade nos mostra como a cidade cresce a partir do poder do executor, os lobbies de construção na grande metrópole, ou as pequenas comunidades pseudo-sectárias que a cada dia proliferam mais no mundo Neorural. O metrô Polis do Terceiro Mundo cresce sem planejamento e nas cidades do primeiro mundo é planejado em paralelo com a desestrutura interior. O que resta foi construído. A bipolarização é vivenciada a favor ou contra a cidade. Tribos urbanas emergem que Formando novas comunidades paralelas ao antigo bairro, e ao mesmo tempo as pessoas fogem da cidade Mesmo que seja apenas dois dias do fim de semana, procurando a desintoxicação cultural ainda Volte para a natureza. A Natureza des-organizado.
1 As metodologias que os sistemas, especialmente socialistas, propuseram e, em seguida, praticam baseiam-se no planejamento de setores parciais a curto, médio e longo prazo, se falamos Urbanismo, como se falássemos de indústria, sistema de saúde, taxa de natalidade ou transporte. Sistemas capitalistas também aprenderam com essa experiência, apenas Administração pública, mas da empresa. Por outro lado, uma formulação bastante lógica Porque é o setor que produz, como na órbita socialista, é o estado que produz. Esses planos são sempre direcionados para o crescimento “econômico”, embora Disfarçado de outros nomes, como progresso ou bem-estar social.
O exemplo mais marcante desse tipo de plano seria o General Territorial Catalunha, preparada pelo governo da Catalunha no ano 92. O o Plano Intermodal de Governo da Catalunha, que apesar de formalizar um plano pela primeira vez em que Todos os tipos de transporte e suas conexões comuns, não apenas formalizar o Integração com as vias de comunicação das biorregiões e ecossistemas naturais, como Bacias hidrográficas, acesso ao litoral, ou à grande área virgem dos Pirineus. Não foi até Os termos da ecologia foram incorporados, e ultimamente a sustentabilidade, agora há alguns anos Usado até mesmo recusando, para saciedade. Nos anos 70 o estado de ambiente, ecossistemas ou outros seres vivos se não fosse por pura exploração Agrícola.
2 Os resultados desse tipo de plano são totalmente ineficientes, devido ao empobrecimento de O estado que tem que resolver os problemas gerados pela produção linear sem contar As externalidades, induzindo uma política fiscal (que também nos obriga a pagar pelo que é Em vez de pagar o que é mal feito). Por exemplo, criando grandes Redes de transporte de cargas e energia, a extensão do aparato burocrático do Estado, Os custos sociais da massificação populacional em espaços confinados sem o Necessidades cobertas…
3 Mais tarde, os setores mais progressistas estavam propondo planos estratégicos (não para Figura alternativa, mas suplementar); A primeira tentativa de refletir em um único documento o Integridade do sistema urbano, propondo dentro deles, ações que aparentemente vinculou o Problemas ao mesmo tempo, tudo o que implicava a ação coordenada de vários Agentes sociais, a empresa, as associações, as diferentes administrações… Apesar do grande O aprimoramento conceitual dos planos estratégicos feitos até o momento não deixa de ser focado O resto do ecossistema.
4 Apenas uma década atrás, essa falta de respeito com o meio ambiente foi demonstrada e A figura dos estudos de impacto ambiental foi inventada. O EIA, mas já foi formulado como Um remendo que queria minimizar o mal. Eles não deixam de ser um anexo aos planos gerais, Na margem, imerso na dinâmica e objetivos do crescimento econômico do Programa político da virada. Como você sabe o EIA são ordenados e pagos pelo mesmo agente como Para executar um trabalho e, portanto, ainda não houve nenhum estudo livre de pressão Alguns proibiram a realização do trabalho estudado. Eles nunca podem ser rotulados Estudo, pois apenas o escopo rigoroso do ambiente de trabalho é considerado, mesmo que o Esta é uma autoestrada e cortar 50 pequenos ecossistemas diferentes
5 Recentemente, as estratégias passam por dois sistemas recém-formulados, de diferentes O conceito, mas totalmente complementar: auditorias ambientais e indicadores socioecológicos. Para expressá-lo em poucas palavras, o passo conceitual é muito importante. Nem tanto. é apenas sobre planos de proposta, mas apenas avaliações do estado das coisas. Por meio de uma Auditoria Ecológica, todos os parâmetros de avaliação são avaliados no nível ambiental. e atividades socioculturais, incluindo as relações sistêmicas que podem ser estabelecidas, Eles tentam mapear o ecossistema cidade-Rodal.
Os sistemas indicadores (digitar os indicadores de 100 itens de Settle) propostos para refletir o Todas essas avaliações do ambiente natural, a fim de a população em um Permanentemente atualizado. Nesse sentido, estamos testemunhando informações úteis, e O cidadão, e portanto é possível articular uma estratégia de ação confiável Mais tarde.
4.2 Ação
Embora os modelos possam ser propostos, o que irremissivelmente traz a cultura sob a mão, eles não são eficazes nem Devido à complexidade e rejeição das partes: Propositores, executores, usuários, etc.
Aqui somos apresentados com o grande problema, porque embora não estamos usando modelos ainda existem o Elementos: Propositores, executores, usuários… Estamos, portanto, operando sem reflexão, sem participação e sem São dinâmicos diametralmente opostos a um desempenho ecológico ou sustentável quando os agentes Diferentes. Mas quando os agentes são a mesma figura, e a única figura que não varia é o usuário, então se isso Poderíamos encontrar uma dinâmica consistente com as diretrizes de autogestão.
1 As propostas de ação teórica são apresentadas de formas muito diferentes, em praças diferentes, em atividades culturais diferentes:
Essencialmente podemos diferenciar três modelos:
Gaia, de James Lovelock, sugere que o planeta pode resolver qualquer tipo de defeito e a ação humana é inconsequente, já que Gaia sempre sabe como voltar Equilíbrio, – Sem comentários, sim, é demonstrativo.
A teoria da transdisciplinaridade que nos oferece uma tecnocracia “ecológica” que apoia as decisões do poder, é evidente que é baseada na corrente especializada readaptado à complexidade da integridade, mas também é evidente que a concepção desta opção, com os mesmos perigos que temos atraído até agora. Não apenas representar uma mudança de valores radicais, e possivelmente não depende apenas de que toda a humanidade pode agir de forma coerente, incluindo a diferenciação de classe e, portanto, a legitimidade do “ato”. Como tem sido até agora, com base na desburocratização de licenças e limitações regulatórias policiais.
Finalmente a posição da, digamos, “energia intuitiva” que propõe a tendência de livre Ação Coerente, que estaria ligado a concepções espiritualistas e ácratas, e que é, obviamente, o mais distante de todos os esquemas racionalistas predominantes na dinâmica atual e, consequentemente, a mais não-pracmática em relação às ações urgentes que estamos começando a reivindicar.
2 As ações dos agentes atuais são puramente frutos da inércia contratual “O tempo é Dinheiro “,” temos que crescer 3% ao ano ou entrar em crise “, não há outra premissa: Para agir, algo deve ser feito, o que for, mesmo que seja para criar uma decepção para Veja se algo está feito. A super-dimensão da população humana juntamente com o A industrialização de empregos complicados que exigiam muito trabalho, tem Planos de emprego, porque não há “aparentemente” trabalho suficiente para todos. Como Nós vemos, este círculo vicioso nos faz perder os objetivos finais em pequenos alvos de emergência Diária. As disfunções deste estado passam por ter um monte de voluntariado ou Organizações não governamentais que estão substituindo o trabalho da administração pública, Ele não está interessado em ser realizado de acordo com o que funciona, e acima de tudo o À auto-organização ou autoconfiança.
3 Nesta mesma situação encontramos as associações de vizinhos. Pequenas ONGs locais, Bairro, que são o melhor conhecimento dos problemas e demandas do Cidadão. Podemos dizer que pequenas organizações não têm capacidade pessoal para Abordado de acordo com as questões, mas nem os conselhos municipais nem o provincial Departamentos de meio ambiente até quatro anos atrás. Como não é dado qualquer tipo de Para gerenciar seu ambiente?, ou melhor ainda, como é que não é reivindicado Esse plano de poder? Isso ocorre porque os partidos políticos estão inseridos no Claramente, e onde os mecanismos de delegação da democracia atual derramar em um Do cidadão comum, o que não é tão claro nas chamadas ONGs internacionais. Essa situação nos leva a contradições como ter uma cidade com uma falha total Participação, mas que por sua vez tem um tecido associativo relevante, ou uma série de outros de afiliados a diferentes ONGs também é importante. A administração perdeu credibilidade Sua direcionalidade para o macro-progresso, com o conhecimento que caracteriza o Movimentos no ambiente de diversidade, harmonia e autogestão.
4.3 Progresso e crescimento
1 Atualmente, o monitoramento do estado da civilização é feito de acordo com as escalas do PIB, ou outros Medir o nível de compra e pecuniário dos cidadãos. Ao mesmo tempo Que a popular dita nos diz que o dinheiro não faz felicidade. Então para onde está indo Civilização? Dinheiro ou para valorizar a felicidade. Como poderíamos medir a felicidade de um Pessoas?, para saber onde está em desequilíbrio, e organizar o planejamento para resolver isso Falhar.
2 As direções programáticas foram concluídas, os esquemas de partidarismo são excessivamente para agir como alienadores para representar um caminho decisivo, amém para o abuso de poder Ter nos exposto quando mais vai mais. Os cidadãos atentos apenas a muito Específico e altamente estudado por sistemas propagandísticos: futebol, Olimpíadas,… Mas Propostas para o futuro dirigidas coletivamente. Há apenas um único futuro após o As diretrizes institucionais, ou futuro na comunidade de acordo com as próprias diretrizes do grupo. Pelo Razão simples de que o grupo é controlável por seu tamanho auto-definido, e, portanto, um certo Redução da complexidade.
3 Até agora, os sistemas sociopolíticos argumentaram sua operação a partir de um ponto de Visão cientista e racional. É óbvio que esta tem sido a grande falácia, a mentira de que o A humanidade criou a luta pela conquista da natureza, e que nos levou a Este estado esquizoide da sociedade ocidental: autoengano nas bases de nossa própria Funcionamento sociocultural. Como explicado no início, os sistemas culturais são governados por Leis sociais ao invés de naturais. E, por outro lado, foi bem pretensioso de pensar que nós Capaz de montar um sistema artificial desconectado de sistemas naturais. Em suma, é necessário Perceba que devemos viver em um mundo interrelacionado da cultura-natureza e governado por leis Tanto físico, eletromagnético, quântico… Ético, moral e emocional… Enquanto Cultura é o presente, baseado em leis rigorosas da relação do grupo e a delimitação e Conformação física de seu espaço, a cidade…
Economistas têm sido os que mais sofreram com este paradoxo de querer argumentar Mundo em que eles realmente estavam apoiados em um mundo emocional, e traumatizados, de acordo com S. Freud devido à auto-supressão do sistema cultural. Além do fato de que eles têm mais Conhecimento lógico-racional, e também o fato de ter mais dados, mais informações, Para nos familiarizarmos com as leis naturais, as leis da ecologia e os Que agora temos muito mais critérios para resolver conflitos entre o espaço e o Espaço natural e o Espaço Cultural.
Urbanistas (aqueles que seguem uma ideologia urbana) não sofrem com esse dilema. Eles ainda empunham: “O ar da cidade torna livre”, como orar um provérbio alemão. Compreensão Que a concepção da cidade sempre foi a do criador acima da natureza, em Isso significa inóspito para o humano. De fato, hospitalidade e hospitais estavam na cidade, Idade Média até o fim da Revolução Industrial, quando percebemos que era muito mais Acolhendo o campo, e que os centros de saúde também eram mais benignos em um ambiente natural.
5 Alternativas equilibradas
Como já apontado, chegamos a outra etapa diferente com as auditorias ambientais. Não há propostas para Progresso, mas sim uma medida exaustiva como pode ser de todos os níveis do ambiente, cultural e natural. Itis Para dizer um esforço para saber… Conhecimento do Estado do Meio Ambiente para poder decidir melhor Ação subsequente. Vamos notar a diferença de conceito. De fato são figuras totalmente diferentes dos planos, Isso poderia ser complementado se as equipes forem realmente inter/intra-. Esta é, portanto, a elaboração do Através desse conhecimento exaustivo que a auditoria proporciona. Mas uma vez que temos todos esses Dados… Preciso de um horário? Por enquanto, é óbvio que um cronograma é necessário para corrigir todos os que foram desencadeados pelo meio ambiente. Mas então onde estará o termo “Progresso”?
5.1 Meio e Objetivo
No nível teórico, não há propostas para modelos completos, mas sim um acordo para Valores comuns, que tudo é dito, tornam-se difíceis de conjugar dado os interesses opostos.
Os padrões físicos em que nos movemos não devem ser mais rígidos do que as auditorias são Sobre o ambiente natural permitir, estar ciente de quão longe estamos, danificando-o.
As limitações natural-culturais são dadas pela capacidade de relacionamento, e com ela a capacidade Relacionamento, a idade de pertencer a um grupo ou bairro específico, com a bagagem Conhecimento que tem, e, claro, o desenvolvimento da liberdade pessoal que nós
Desinibido para problemas atuais.
Nesse sentido, uma metodologia simples aparece, mas de acordo com a forma como a imobilização, o sistema de indicadores de Seattle, o que nos expõe aos níveis de um piloto de parâmetros ambientais e Social: poluição, desemprego, índice de criminalidade e escolaridade, e todos os outros indicadores de controle desenvolvimento sustentável, etc… E que são regularmente atualizados e divulgados em ordem Conscientização dos cidadãos.
Vamos encontrar o perigo possível de estabelecer informativelmente o indivíduo, e com o salvador que para outras culturas mais passote será necessário articular de outra forma. Mas em qualquer caso ele tem o grande valor Conhecimento paralelo do objetivo médio, o reconhecimento da forma como ele quer circular, sem Permitir ações inconscientes para justificar os meios.
5.2 Participação cidadã
O exemplo brilhante e fértil que nos vem de uma vez por dia é o exemplo de Curitiba no Brasil, onde O planejamento é fortemente apoiado, quando não substituído pelo imediatismo das ações, E espontaneidade, adaptando-se ao ritmo que marca as necessidades do momento. Em Curitiba, no entanto, Encontramos um substituto para a ação direta dos cidadãos. O prefeito, um personagem carismático, é Tanto Propositor quanto Executor, é arquiteto e realiza reformas urbanas quando o Ao ponto de alguns horários são realizados na mesma rua com o Interação dos pedestres. Esta é a dinâmica do povo (e eu quero dizer a aldeia-Villa, não os «Pobleplevs “), são partes de vizinhos no espaço onde todos nos conhecemos “, e onde sabemos, não por referendo, mas Convivência, o que queremos.
Nesse sentido, S. Van der Ryn em “Design Ecológico”, nos propõe uma série de princípios, o primeiro Que o conhecimento ecológico começa com o conhecimento íntimo de um lugar específico, e os Então, em pequena escala. Em suma, encontrar a escala da comunidade será o que torna o projeto viável Sua cidade.
E outro de seus princípios explica que ninguém é apenas um participante ou designer: todos são Na hora do participante e designer. Indicando a necessidade de uma dinâmica completa em cada um dos nós para empreender uma dinâmica completa no grupo.
No mesmo sentido Christopher Alexander indica que o treinamento de um ambiente completo é formado Somente a partir do momento em que todas as suas integrais estão completas, e também compartilhar um e linguagem coerente de comunicação e construção.
Pensar Global Meditativo Trans-geracional Acrônico | Atuar Local Espontânea Intra-geracional Síncrono |
5.3 A justa medida completa
Que tamanhos são os horários optimos?
Qual é a quantidade de informações complexas que somos capazes de assumir para digerir, Pensando, e finalmente agindo de forma consciente e coerente?
É bastante difícil responder à pergunta devido à multiplicidade de fatores e valores de cada cultura, de cada grupo ou família: a densidade, a relação de confiança com um possível líder, intimidade e Dentro do grupo, o desenvolvimento tecnológico, a fertilidade do espaço em que o desenvolve todas as culturas…
Talvez a metodologia inter-intradisciplinar mais simples a ser usada dentro deste ambiente quas assemblary Para a vida cotidiana e o imediatismo seria a redefinição de espaços de gestão, sem Os usos de acordo com gostos pessoais, mas de acordo com a adequação do ecossistema.
Quais são as formas que obtemos?
I.- Definir o uso e gestão de terras no bairro em vez de propriedade privada.
II.- Defina a cidade compacta, dependendo desse tamanho, consistente com o conhecimento. E, portanto, com Aplicação da democracia e ação direta.
III.- Definindo as relações e dimensões Cidade-Entorno, dependendo dos recursos, da pegada ecológica, do Entre urbano e natural com áreas rurais como jardins intermediários, semelhante ao conceito legal de O pré-parque.
IV.- Para definir as relações e dimensões da rede e do nó urbano, pense na formação da rede de núcleos Dentro de uma área, de tal forma que atendam às necessidades-serviços socioculturais da população sem causar concentração. Na verdade, estamos definindo um mapa das regiões culturais. (Podemos falar com O tempo dos condados: o Empordà, o Pla de Bages, ou o Osona, ou comunidades, ou : Países catalães…)
V.- Definir a área bioregional para que essa rede de núcleos urbanos seja registrada dentro de um espaço Definição sistêmica. Para que as áreas históricas retornem aos limites dos espaços naturais e Não conquista: os Pirineus, a bacia do rio Ebre, a Costa Brava…
Nesses dois últimos pontos estamos falando de região cultural em frente à região natural. Este é o A reconciliação natureza-cultural acontece certamente para uma redefinição dos sistemas de gestão Função sociocultural das regiões naturais.
Não só temos que tender a medir as cidades de forma biológica através dos conceitos de Carga ecológica de capacidade de uma região exposta por Daly, ou Catton ‘ 86, Garret ‘ 91, ou de pegada de uma cidade no espaço rural-natural, exibida por Rees ‘ 96. Também devemos perceber Isso nos faz precisar definir a capacidade cognitiva coerente da comunidade.
Ou seja, medir tanto o tamanho biológico do organismo da cidade como o tamanho cultural do organismo A cidade, independentemente do que, como os ecossistemas, estabelecer relações com Ecossistemas de maior grau através do fluxo excedente para o exterior da nossa biorregião Cultural.
1 A metodologia que Christopher Alexander propõe é obviamente baseada na interação dialética Cidade-Cidadão. O um está completo tanto quanto o outro. A cidade é modificada em relação as Ações de milhares de cidadãos individuais, e o cidadão Readapto para a cidade de forma coerente, com alguma consciência coletiva de formas e dimensões.
A peça-chave é, obviamente, a linguagem comum que permite essa fluência de troca e Nunca pode ser a herança de um programador de elite, seja político ou técnico.
Em uma comparação biológica interessante, entenderíamos como a soma de pequenos atos orgânicos formam um e corpo consistente como uma árvore, ou como é uma floresta em diferentes escalas. Também seria Identificável na cidade se a soma dos pequenos atos dos cidadãos fosse coerente. Aqui aparece o Grande Dificuldade da proposta. Como é que o crescimento biológico conseguiu que o sistema é e permanentemente em equilíbrio durante todas as etapas de seu crescimento?, como os povos Contenha essa coerência, e as cidades de hoje não mais?…
O pensamento global envolve valores globais, uma ética global? Se assim for, quais são esses valores. Conceitos que deveriam ser de entidades como a ONU devem ser muito claros na hora de agir. Mas Precisamos de algum tipo de governo? Segurança no caminho pessoal e identificação deve ser suficiente para cada um de nós?
Parece, portanto, que temos duas metodologias possíveis para resolver problemas atuais: um ascendente, Crescendo, globalizando, onde seria necessário expandir a capacidade de conhecimento, discussão, meditação, etc… De certa forma,Trabalhando em equipes transdisciplinar, em todo o mundo e em todo o mundo, e em técnicos globais, mas o Que todos possam acessá-lo com suas propostas, de modo que todos tenham alcançado esse nível crítico de
Debate: um sistema de Internet. Seja no caminho descendente, local e bairro, reduzindo o escopo do espaço para dar Soluções de tal forma que qualquer elemento do grupo, mesmo que sua capacidade tecnológica seja limitada Tenha todas as informações necessárias para lidar com o debate e o trabalho: um sistema de associação de bairros.
É claro que eu apostaria no caminho descendente, dado que é o único capaz de controlar sua
Um ciclo de aprendizado-erro e consciência, mas também é evidente que há alguns Forças culturais e econômicas que nos trazem no outro sentido, e grandes forças políticas e econômicas
Controle a atividade dos vizinhos para que nunca haja uma capacidade decisiva.
Talvez o mais preciso é que eles não são totalmente claros esses dois caminhos, que a própria humanidade Em diferentes regiões do planeta, em diferentes estágios de maturidade, sem que isso signifique que os mais ricos são os mais maduros. Uma hipótese seria que eles têm a vantagem de que eles têm e a história cultural continua mais longa, pois conseguem um corpo com informações culturais mais equilibradas. Isso não significa que nos temos que seguir o mesmo caminho, dado que não temos as mesmas raízes, nem o mesma experiência histórico-cultural…
Além dessa bagagem, (eu sempre pensei que um dia virá que os historiadores terão muito trabalho e vai ser bem valorizado, de acordo com o máximo “informação é poder”. Como se explica, senão, a prática aniquilação do estudo da história nas universidades desde os novos programas neoliberais?). A atitude contemporânea mais eficiente pode ser aquela que reclama de mais conhecimento em todas as áreas, integrado, ligado a processos críticos e aleatórios de discussão, debate e ação direta, experimentando erros e assumindo-os em vez de delegá-los, e liberando assim as repressões inibidoras que vivem na cultura atual. Sempre será mais enriquecedor do que o conhecimento específico com processos de lógica, restrito ao método científico de convencional.
NATUREZA – NATIVO | CULTURA – CULTIVO |
Espaço Virgem | Espaço Urbano |
Eco Sistema | Polis-Sistema |
Comportamento biofísico-eletromagnético-quántico | Comportamento sociopolítico |
Mapa físico | Mapa político |
Capacidade de Carga | Capacidade Cognitiva Consistente |
Apesar do trabalho que isso representa, muitas vezes significa que o objetivo se torna um método e o contrário, porque A natureza ainda contém para nós uma boa dose de caos.
E isso dura!
Jordi Badia Pasqual
Sabadell, 11 de julho, 1997
Bibliografia
Article Desenvolupament Sostenible: J. Xercavins
Ludus Vitalis
revista de Filosofia de les Ciències
Vol V núm 8 1997, 1
Centro de Estudios Filosóficos Políticos y Sociales Vicente Lombardo Toledano. Mexico
ISSN 1133-5165
1993 Barcelona
iTGS.Teoria General de Sistemes https://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_geral_de_sistemas
A teoria geral de sistemas não busca solucionar problemas ou tentar soluções práticas, mas sim produzir teorias e formulações conceituais que possam criar condições de aplicação na realidade empírica.
iihttps://pt.wikipedia.org/wiki/Nosso_Futuro_Roubado
Nosso Futuro Roubado: Estamos Ameaçando Nossa Fertilidade, Inteligência e Sobrevivência? é um livro do ano de 1996 de autoria de Theo Colborn, Dianne Dumanoski e John Peterson Myers,
iiihttps://www.inca.gov.br/en/node/1918
As evidências sugerem que a exposição crônica à radiação não ionizante de baixa frequência e fontes de campos eletromagnéticos de frequência extremamente baixa pode aumentar o risco de câncer em crianças e adultos.
ivFake-news. Termo introduzido na revisão do texto em 2020,
O termo “fake news” traduzido por “Notícias fodidas” lançado pelos “Mass midia”, para se diferenciar na qualidade das suas notícias das notícias dos canais livres pela internet. Mas também para ocultar ou tergiversar o termo clássico de “mentira” e assim não ser acusados de difamadores ou calúnias nos seus canais de notícias oficiais
vJoan Martínez Alier (Barcelona, España, 1939) es un economista catalán. Es catedrático de Economía e Historia Económica de la Universidad Autónoma de Barcelona. https://es.wikipedia.org/wiki/Joan_Mart%C3%ADnez_Alier
viFredric Jameson is an American literary critic, philosopher and Marxist political theorist. He is best known for his analysis of contemporary cultural trends, particularly his analysis of postmodernity and capitalism
https://en.wikipedia.org/wiki/Fredric_Jameson
viiMike Davis
http://www.harvarddesignmagazine.org/issues/8/ecology-of-fear-by-mike-davis
https://www.researchgate.net/publication/208573767_The_Ecology_of_Fear
viiiFredric Jameson, Postmodernism, or The Cultural Logic of Late Capitalism https://is.muni.cz/el/1423/jaro2016/SOC757/um/61816962/Jameson_The_cultural_logic.pdf
ixSant Bernardo e a ordem de Cister.
https://www.infopedia.pt/$mosteiro-de-cister
xOrganização das missões jesuíticas.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Miss%C3%B5es_jesu%C3%ADticas_na_Am%C3%A9rica
xiCidade renascentista de Leonardo da Vinci
xiiComunidade de Artistas de Darmstad.
https://en.wikipedia.org/wiki/Darmstadt_Artists%27_Colony
xiiiCidade jardim – https://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/04.042/637
Ebenezer Howard https://en.wikipedia.org/wiki/Ebenezer_
Howard. https://urbanidades.arq.br/2008/10/13/ebenezer-howard-e-a-cidade-jardim/
xivFalanstério era a denominação das comunidades intencionais idealizadas pelo filósofo francês Charles Fourier https://pt.wikipedia.org/wiki/Falanst%C3%A9rio
xvA Cidade radiante de le Corbiusier.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ville_Radieuse
xviTaliesin West. https://pt.wikipedia.org/wiki/Ville_Radieuse
xvii Broadacre City. https://en.wikipedia.org/wiki/Broadacre_City
xviii Kibbutz. https://en.wikipedia.org/wiki/Kibbutz
xixGlobal ecovillage network. https://en.wikipedia.org/wiki/Global_Ecovillage_Network
xx Findhorn. https://en.wikipedia.org/wiki/Findhorn_Foundation
xxiAuroville. https://en.wikipedia.org/wiki/Auroville
xxii Christiania. https://pt.wikipedia.org/wiki/Christiania
xxiii Arcosanti. https://en.wikipedia.org/wiki/Arcosanti
xxiv Comunidades Hippies.
https://www.vix.com/es/imj/mundo/155566/5-comunas-o-comunidades-hippies-alrededor-del-mundo
https://actualidad.rt.com/sociedad/166979-eeuu-comunidad-hippie-utopia
xxv Centre for Alternative Technology. CAT. https://www.cat.org.uk/
xxvi Squatting, https://en.wikipedia.org/wiki/Squatting
xxviiChirstopher Alexander
https://en.wikipedia.org/wiki/Christopher_Alexander
https://en.wikipedia.org/wiki/The_Nature_of_Order