Arquitetura Regenerativa
- As energias limpas
- Permacultura
- Bioclimatismo
- O projeto a medida dos usuários
- O desenho harmônico e as energias sutis
- Gerenciamento da água
- Materiais biocompatíveis e bioconstrução
- Sistemas de gerenciamento meio ambiental
- Criatividade, padrões culturais e biomímese
Energias Limpas
Espaço – Energia – Informação, isso é o que temos formado o universo.
A energia elétrica é uma energia de alta intensidade que nos ajuda no trabalho e na vida diária de múltiplas formas, em motores, em geração de calor e de frio, em bombas e condensadores, assim como podemos utilizar ela como veículo de informações nos aparelhos como computadores e telefones. Hoje somos altamente dependentes dela, e por essa razão devemos ter geradores locais de esse tipo de energia.
Exitem várias tecnologias, as mais conhecidas, turbinas hidráulicas, aero-geradores ou painéis fotovoltaicos.
Seguidamente devemos armazená-la ou conduzi-la ate os equipamentos que usamos na casa, o trabalho ou os veículos.
Também utilizamos ela de forma bastante inteligente pra produzir sons, iluminação e aparelhos de sensoriamento normalmente ligados a equipes de TI.
E ainda essa mesma energia pode gerara riscos tanto de eletrocussão, de incêndio como de radiação e indução que são altamente perigosos. Então ela é bem útil, mas devemos colocar controles limitadores ao alto risco a saúde que oferecem.
Permacultura
O espaço dos humanos se diferença do resto dos animais pela agricultura. Todos tem os seus ninhos, e suas tocas, mas nenhum modifica tão amplamente a paisagem como o homem e sua agricultura. O desenho dos campos e as culturas é o interland entre a cidade e a floresta. É também a forma de manter nossa civilização gerando o alimento que queremos, em lugar do alimento que a natureza nos dá. Nesse aproveitar os recursos naturais da fertilidade, o sol e a chuva, para nossos cultivos, devemos ser tão eficientes e respeitosos como o melhor dos artistas eruditos em qualquer instrumento musical, o melhor dos pintores o melhor dos arquitetos.
A permacultura é uma das grandes ferramentas para esse entender a natureza trabalhando de forma harmônica para nossas necessidades sem destruí-la, e junto com ela a agricultura sintrópica, a escala de permanência, a pegada ecológica, a observância dos processos cíclicos e tantas outras
Bioclimatismo
Dentre o amplo rango de energia do espectro unificado, desde a eletricidade a 50Hz (extremadamente baixa) ate o magnetismo de mais de 1030 Hz, (1022 gHz), temos uma grande variedade de tipos de energia, da qual a mais abundante é o calor, arredor de 1014 Hz, que nós mesmos, como humanos de sangue quente, geramos enquanto vivos. Calor é essencial para a vida, e o sol, o clima, a casa, a roupa, e o fogo da cozinha são produto dessa energia vital.
Coletar calor solar é relativamente fácil, estocar esse calor tem cerca complexidade, mas todo material tem as suas características de comportamento térmico conhecidas, desde o armazenamento do calor, o isolamento, ou a re-emissão no tempo são conceitos conhecidos que vamos utilizar na construção de casas e de roupa por exemplo, ate na dieta de inverno e verão temos em conta essas características. E por isso conceber os edifícios segundo esses conhecimentos de física básica nos poupa energia externa, energia vital e sobre tudo proporciona bem-estar.
Os materiais de construção, junto a desenhos que contemplam os percursos solares permitem hoje esquentar e refrigerar o ambiente interior de um edifício de forma passiva.
O efeito estufa pela mudança de frequência entre a absorção de um material e a re-emissão de calor permite esta calefação natural.
Assim como também é possível gerar correntes de ar fresco dentro da casa, aproveitando a ascensão do ar quente por depressão, permitem refrigerar as casas de forma passiva.
Várias técnicas são úteis para estes tratamentos do ar quente: Inércia térmica, poços canadenses, estufas, sombras vegetais, elementos de água em movimento, concentradores solares, muros “Trombe”, cheminés solares, etc…
Projetos a medida dos Usuários
Nosso conceito de arquitetura é um compêndio abrangente de trabalhos de muitos mestres, que introduzimos no processo de Buckminster Fuller.
A arquitetura vernácula e as diferentes arquiteturas biorregionais e bioclimáticas são outras fontes de recursos técnicos ao nosso alcance. A casinha do Sr. Luis Trombe, totalmente solar, ou as lições da experiência de Baruk Givoni, nos encheram de sabedoria prática.
Dos mestres antigos resgatamos o Feng-shui e o Vastu shastra. E dos mais modernos, os Antropósofos, junto a Frank Lloid Wright em Taliessin e Paolo Soleri em Arcosanti. Assim como Satprem Maïni e Roger Anger nas tecnologias de terra de Auroville e tantos outros brilhantes arquitetos. Dentre os professores Permaculturais aprendemos com Richard e Inés Wade, bem como Michael Reynolds com suas maravilhosas Earthships, abriram-nos os olhos para a infinita imaginação na reciclagem e na integração nos ecossistemas naturais. Sem esquecer Christopher Alexander, quem nos ensinou os processos para as arquiteturas coletivas e o valor do atemporal.
Desenho harmônico e energia sutis
A energia dos ambientes: luz, calor, e tantas outras ondas eletromagnéticas vibram, ressoam, refletem, se acompassam segundo os materiais, as formas, e as cores desse ambiente.
Muitas vezes incorporamos na obra uma mandala desenhada pelos futuros usuários, ou um labirinto, ou a escolha de um Haiku que trazem trazem como parte de sua história.
Estudos geobiológicos do local são feitos antes do projeto, pontos de mananciais ou poços energéticos são localizados, assim como as linhas geomagnéticas.
São efeitos conhecidos desde épocas ancestrais. Água tem certa vibração e plantas se comunicam. Tratados antigos como Feng-shui e Vastu-shastra conhecem estas propriedades. Geometrias baseadas nas séries áureas, na proporção harmônica refletem padrões de crescimento natural. E tudo isso inter-atua de forma instantânea e permanente com cada um dos sistemas do nosso corpo, especialmente com o sistema de sensores neurais. É importante contar com essas informações.
Gerenciamento da água
Água é o elemento básico para uma comunidade habitar um local, e os sistemas hidráulicos, nas edificações, são parte básica e essencial para o seu uso.
Começando pela coleta de água de chuva, o seu filtrado para armazenagem e posterior utilização.
A purificação, limpeza de possíveis partículas e patógenos se faz de forma doméstica, com tecnologias mais ou menos complexas, desde simples filtros mecânicos, até luz ultravioleta.
Há possibilidade de se utilizar a água para diferentes funções, desde beber, e cozinhar, ou limpar a casa, as roupas, a comida, a higiene pessoal, até o uso de descarte, no wc. Podem-se usar diferentes tipos de água se construirmos circuitos secundários e tanques intermediários.
Finalmente devemos depurar as águas, cinzas e negras, antes de devolvê-las ao meio ambiente, garantindo os limites de DBO e poluentes que a natureza pode aceitar.
Materiais biocompatíveis e bioconstrução
O espectro de materiais de construção ecológicos é bem mais amplo que os materiais convencionais, reduzidos a poucos, em função da industrialização e comercialização.
A humanidade até os anos 40 do século XX não conhecia nem o concreto, nem os plásticos, aço era raramente utilizado para construção.
Mas as novas comodidades da energia elétrica, das tubulações de água em casa, do esgoto oculto e a edificação em altura, para acomodar uma população com altos índices de natalidade, chegou e nos trouxe até o cenário atual, mas podemos melhorar essa realidade.
A tecnologia atual porém, permite estudar todos esses materiais que acompanharam os homens durante milênios, que chamamos de biocompatíveis. Agora precisamos atualizar os processos de obtenção e aplicação, para ter resultados melhores e saudáveis, com durabilidade e compatibilidade.
Vamos aproveitar as múltiplas madeiras, as múltiplas terras, as múltiplas fibras e resinas vegetais, bambusas e outras canas, pigmentos, cal, gesso e tantas pedras e minerais.
Os diferentes tipos de materiais, conferem com diferentes tipos de estruturas. A terra, a cerâmica ou a pedra, por exemplo, formam caixas ou esferas, onde a estrutura e o fechamento são a mesma coisa. Já a madeira ou os bambus são estruturas de barras com uniões triangulares, onde a estrutura e os fechamentos são coisas separadas. Por isso, muitas vezes na escolha dos materiais a estrutura acaba se tornando uma questão bioclimática.
SGM
Sistema de Gerenciamento Ambiental
No projeto de eco-arquitetura pensamos também como esse edifício funcionará ao longo da sua vida. É uma parte essencial do projeto. Ele terá vida própria. Como entram e saem os alimentos, água, as pessoas, o calor? Essas são perguntas referentes ao uso do edifício que o usuário precisa pensar/responder.
Como será feita a limpeza, o que acontece de noite e o que acontece de dia, como garantir segurança às pessoas e ao controle do fogo, choques elétrico, assim como das despesa de eletricidade e água.
Tudo isso tem processos que interferem nos hábitos dos usuários, como a separação do lixo ou com a possibilidade de que uma série de sensores tome conta de abrir e apagar as luzes, ou a climatização para gastar o mínimo possível. É sabendo como os usuários gostam de agir no dia a dia, que podemos introduzir soluções desde o projeto, facilitando esses processos.
Em paralelo devemos controlar sobre o ciclo dos materiais. Quanta energia incorporada foi utilizada na sua industrialização e transporte, quanto a construção poupa comparada a uma construção ineficiente e quanto se precisará para reintegrar esses materiais aos ciclos naturais, uma vez finalizada a sua vida útil, na reciclagem. Vamos conhecer a sua pegada ecológica.
Criatividade, padrões culturais e biomímese
Por último, não estaríamos falando de bioarquitetura se não incluiremos o eco-desenho.
Dentro deste conceito temos o desenho baseado em padrões culturais ancestrais e dizer aqueles desenhos avaliados pela história natural, tanto como dos organismos vivos, como os caracóis, as colmeias, os ninhos de pássaro ou as estruturas de árvores, teias, casulos, etc. Também como diferentes culturas se apropriaram disso, em iglus de gelo, nas iurtas mogos, nos tipis dos nativos norte-americanos, as magníficas construções de bambu do sul da Ásia, assim como o invento da abóbada pelos romanos, as estruturas recíprocas, as geodésicas de Buckminster Fuller ou as casas “navios de terra” de Michael Reynolds.
Cores, texturas, cheiros, sombras, perspectivas são elementos que entram em vibração com a nossa identidade. Essas escolhas vão nos acompanhar ao longo da nossa vida nesse edifício. Uma janela vertical ou horizontal pode fazer toda a diferença, por isso esses momentos de diálogo entre imagens, lembranças e tantas outras referências culturais são interessantíssimos para formalizar os lugares que habitamos.